O líder republicano estabeleceu uma tarifa-base de 10% para todos os países e individualizou a relação com cada nação
As novas tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump provocaram uma mobilização imediata de diversos países atingidos pelas novas cobranças, algo que estava incluído no pacote de objetivos do presidente americano.
O líder republicano estabeleceu uma tarifa-base de 10% para todos os países e individualizou a relação com cada nação, por meio de acréscimos proporcionais às barreiras comerciais impostas a Washington.
O Reino Unido, que recebeu uma cobrança de 10%, disse que, por enquanto, não planeja retaliar seu "aliado mais próximo". Pelo contrário, incentivará um acordo econômico bilateral para mitigar o impacto da medida.
Segundo o ministro britânico de Negócios e Comércio, Jonathan Reynolds, seu governo continua "calmo e comprometido" com a busca desse objetivo.
"Sempre agiremos de acordo com os melhores interesses das empresas e dos consumidores do Reino Unido. É por isso que, nas últimas semanas, o governo tem se concentrado totalmente na negociação de um acordo econômico com os EUA que fortaleça nosso relacionamento justo e equilibrado", acrescentou o ministro.
A Espanha também declarou que busca uma solução negociável com os EUA. Para o ministro da Economia, Carlos Cuerpo, esse meio era essencial para a quarta maior economia da zona do euro, apesar do país ter deixado claro que estava preparado para tomar medidas mais duras para proteger suas empresas e indústrias.
"Temos muito em jogo. Temos que proteger o importantíssimo relacionamento comercial e econômico que temos entre os dois maiores parceiros do planeta", disse Cuerpo durante entrevista nesta quinta-feira (3) na rádio RNE.
A nova política comercial de Trump prevê uma tarifa de 20% sobre as exportações da União Europeia (UE).
No mesmo dia do anúncio de novas tarifas, a Itália, da premiê Giorgia Meloni, afirmou que as tarifas sobre a UE "não serão boas para nenhuma das partes", mas que buscaria um acordo com os EUA para "evitar uma guerra comercial".
O Japão também manifestou interesse imediato em negociar com o governo americano. Em um pronunciamento, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse que tentaria negociar diretamente com o presidente, visto que era "extremamente lamentável" que os EUA aplicassem uma tarifa de 25% sobre automóveis ao Japão, apesar de sua enorme contribuição para a economia dos EUA.
O premiê declarou que o Japão pressionará por uma reconsideração das medidas tarifárias. "Eu o farei neste momento e usarei os métodos mais apropriados para isso, sem hesitação."
A Ucrânia, que está um processo de negociação mais direto com Trump por minerais, também se posicionou nesse sentido, em busca de obter melhores condições tarifárias dos EUA.
A ministra da Economia ucraniana, Yuliia Svyrydenko, escreveu em sua conta no X: "A Ucrânia tem algo a oferecer aos EUA como um aliado e parceiro confiável. Ambos os países se beneficiarão de tarifas justas", disse ela.
A Índia, atingida por tarifas de 26%, disse que se esforçará para acelerar as negociações para um acordo comercial com os EUA. "Continuamos em contato com o governo Trump e esperamos levá-los adiante nos próximos dias", disse o Ministério do Comércio indiano.
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