Trump não descarta 'ação drástica' para impedir que Irã obtenha arma nuclear

O Presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: EFE/EPA/KEN CEDENO / POOL)

Apesar do tom duro, Trump reiterou que seu objetivo não é hostilizar o Irã, mas evitar que o país se torne uma ameaça com armamento atômico


O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (14) que está disposto a tomar medidas "drásticas" para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares. A declaração foi feita na Casa Branca, durante coletiva ao lado do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, em meio às novas tratativas diplomáticas entre Washington e Teerã para frear o programa atômico do regime iraniano.

"Eles não podem ter uma arma nuclear, e temos que agir rápido porque estão perto de ter uma. Se tivermos que fazer algo drástico, faremos. E não estou fazendo isso por nós mesmos, mas pelo mundo. São pessoas radicalizadas, e não podem ter uma arma nuclear", afirmou Trump.

As declarações ocorrem após a primeira rodada de negociações entre autoridades norte-americanas e iranianas, realizada no sábado (12), em Omã. Segundo informações da CNN, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, se reuniu diretamente com o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, após mais de duas horas e meia de conversas indiretas mediadas por autoridades de Omã. O encontro foi descrito por Teerã como "construtivo" e por Washington como "positivo".

"Temos outra reunião no próximo sábado. Eu digo que é tempo demais. Tempo demais", declarou Trump, demonstrando insatisfação com o ritmo das conversas. O republicano argumentou que o regime iraniano precisa "se livrar do conceito de armas nucleares" e acusou os líderes de Teerã de se aproveitarem da fraqueza de governos passadas.

"Eles estão fazendo o jogo deles porque estão acostumados a lidar com pessoas estúpidas", afirmou.

De acordo com uma fonte ouvida pela CNN, a próxima rodada de negociações está prevista para ocorrer neste sábado (19), em Roma, na Itália, embora o local ainda não tenha sido confirmado oficialmente.

Apesar do tom duro, Trump reiterou que seu objetivo não é hostilizar o Irã, mas evitar que o país se torne uma ameaça com armamento atômico.

"Eu quero que o Irã seja um grande país. Mas eles não podem ter uma arma nuclear. Ninguém pode ter uma", disse.

Enquanto isso, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, deve visitar Teerã nos próximos dias. Já o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, tem compromissos agendados na Rússia, um dos principais aliados do regime islâmico, que inclusive drones de Teerã na guerra em curso na Ucrânia.

As novas negociações entre EUA e Irã ocorrem em um contexto de crescente preocupação internacional com os avanços do programa nuclear do regime islâmico. Segundo informações, desde que Trump retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, assinado sob o governo de Barack Obama, durante seu primeiro mandato, o Irã tem ampliado suas atividades atômicas.

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