Trump também ameaçou retirar a isenção fiscal de Harvard e a autorização da universidade para admitir estudantes estrangeiros
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a Universidade de Harvard, com quem seu governo trava uma disputa a respeito de financiamento federal, de ser antissemita numa publicação na rede Truth Social nesta quinta-feira (24).
"Harvard é uma instituição antissemita e de extrema esquerda, assim como muitas outras, com alunos do mundo inteiro que querem destruir nosso país sendo aceitos ali. O lugar é uma bagunça liberal, permitindo que um certo grupo de lunáticos enlouquecidos entre e saia da sala de aula e vomite RAIVA E ÓDIO falsos. É realmente horrível!", escreveu Trump.
"Agora, desde que nossos processos começaram, eles agem como se fossem todos americanos típicos. Harvard é uma ameaça à democracia, com um advogado que me representa, que, portanto, deveria ser forçado a se demitir imediatamente ou ser demitido. Ele não é tão bom assim, de qualquer forma, e espero que minha grande e linda empresa, agora administrada pelos meus filhos, se livre dele o mais rápido possível!", acrescentou o presidente.
O advogado mencionado por Trump é William Burck, afiliado ao Partido Republicano. Ele representa Harvard na disputa legal com o governo dos Estados Unidos e havia começado recentemente a atuar como consultor externo de ética para a Organização Trump.
Entretanto, logo após o post do presidente, Eric Trump, um dos filhos do mandatário, afirmou que Burck foi demitido. "Eu vejo isso como um conflito de interesses e vou seguir uma direção diferente", afirmou Eric, em uma declaração ao jornal USA Today.
No último dia 14, a direção de Harvard disse numa carta que não cumpriria uma lista de exigências apresentadas pelo governo Trump, como "amplas reformas da gestão e liderança"; implementação de políticas de admissão de alunos e contratação de funcionários "baseadas no mérito"; e uma auditoria dos corpos docente e discente e da administração da instituição a respeito das suas visões sobre diversidade.
Poucas horas após a divulgação da carta, o governo Trump anunciou a suspensão de US$ 2,2 bilhões em bolsas plurianuais e US$ 60 milhões em contratos plurianuais de Harvard. A universidade ingressou com uma ação para contestar o bloqueio.
Trump também ameaçou retirar a isenção fiscal de Harvard e a autorização da universidade para admitir estudantes estrangeiros.
Numa entrevista à NBC News na quarta-feira (23), o presidente de Harvard, Alan Garber, disse que a universidade manterá sua posição de não atender às exigências de Trump.
"Estamos defendendo o que acredito ser um dos pilares mais importantes da economia e do estilo de vida americanos — nossas universidades", disse Garber.
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