Talibãs agradecem à Rússia por retirá-los de lista de terroristas

Guardas talibãs durante operação em Cabul, capital do Afeganistão: grupo considerou decisão russa um “passo significativo” para retomar relações com Moscou (Foto: EFE/EPA/SAMIULLAH POPAL)

No entanto, essa medida ainda não significa o reconhecimento oficial do governo talibã


O governo do Afeganistão comemorou a decisão da Suprema Corte da Rússia nesta quinta-feira (17) de retirar o talibã da lista de organizações terroristas, classificando-a como "um passo significativo" que abre um novo capítulo em suas relações com Moscou.

O anúncio foi transmitido ao ministro das Relações Exteriores do governo controlado pelos talibãs, Mawlawi Amir Khan Muttaqi, durante uma reunião com o embaixador russo no Afeganistão, Dmitry Zhirnov, de acordo com um comunicado divulgado por Hafiz Zia Ahamd Take, porta-voz adjunto do Ministério das Relações Exteriores afegão.

"Agradecemos por essa importante decisão do governo russo, que consideramos um avanço significativo no relacionamento bilateral", disse Muttaqi durante a reunião, de acordo com o comunicado.

O ministro talibã acrescentou que a decisão da Rússia, que abre caminho para o reconhecimento das novas autoridades no Afeganistão pelo Kremlin, "removeu o único obstáculo restante para uma maior cooperação política e econômica entre Rússia e Afeganistão".

A resposta dos talibãs aconteceu poucas horas depois de a Suprema Corte da Rússia anunciar a remoção do movimento da lista de organizações terroristas, na qual havia entrado em fevereiro de 2003.

Isso significa que os talibãs não estão mais proibidos de entrar na Rússia, cujo governo começou a construir pontes com o grupo anos antes de eles retomarem o poder em Cabul em 2021, após a saída militar dos Estados Unidos.

No entanto, essa medida ainda não significa o reconhecimento oficial do governo talibã, que busca abandonar o isolamento internacional que sofreu após chegar ao poder.

Nenhum país ainda reconhece o governo talibã, embora alguns, como Uzbequistão, Emirados Árabes Unidos e China, aceitem oficialmente os embaixadores do grupo em seu território.

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