Rússia anuncia nova rodada de negociações com os EUA sobre a Ucrânia na próxima semana

O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador da Rússia, Vladimir Putin (Foto: EFE/ EPA/ Aaron Schwartz / Evgenia Novozhenina)

"Agora há uma frágil esperança de que o diálogo seja restaurado"


Rússia e Estados Unidos realizarão uma nova rodada de negociações sobre a guerra na Ucrânia na próxima semana, indicou neste domingo (6), o enviado russo para assuntos econômicos, Kirill Dmitriev, ao retornar de Washington.

"Será na semana que vem", disse o enviado russo à emissora de televisão pública "Rossiya 1" após ser questionado sobre as próximas negociações.

Após a conversa por telefone entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo americano, Donald Trump, os dois países realizaram várias rodadas de negociações com o objetivo de restaurar as relações diplomáticas abaladas nos últimos anos e reconstruir a confiança entre Moscou e Washington, para que possam buscar juntos uma solução política para a guerra na Ucrânia.

Dmitriev, o primeiro funcionário russo de alto escalão a visitar os Estados Unidos desde o início da guerra na Ucrânia, declarou que vê "o início de um diálogo respeitoso" com Washington, no qual "ocorreu uma conversa muito positiva e muito sincera".

"Acredito que nossos colegas americanos entendem que é necessário restabelecer o diálogo com a Rússia e que a Rússia resistiu à tentativa do governo do presidente Joe Biden de lhe infligir uma derrota estratégica", afirmou, ressaltando que "o gelo foi quebrado".

No entanto, lembrou as palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sobre "otimismo cauteloso", observando que "agora há uma frágil esperança de que o diálogo seja restaurado".

Dmitriev destacou ainda que o governo do Presidente americano, Donald Trump, está enfrentando uma pressão significativa dos inimigos da Rússia, que estão usando desinformação.

"Sem dúvida, devemos resistir, entre outras coisas, aos ataques informativos que estão ocorrendo para frustrar o degelo que está começando", comentou.

Nesse sentido, denunciou a "desinformação total, incluindo a questão dos ataques da Ucrânia à infraestrutura energética russa".

"Os americanos são levados a acreditar que é a Rússia que está violando a trégua energética (...) Vemos muita desinformação, vemos tentativas de um grande número de países de desinformar o governo Trump", criticou.

"A pressão e a desinformação são enormes, no entanto, conhecemos o Presidente Trump como um líder muito forte e confiante que faz a coisa certa", frisou.

"Eles serão capazes de suportar essa pressão colossal se (Trump) receber as informações corretas", completou, salientando que Rússia e EUA compartilham valores tradicionais.

Em particular, sustentou que "não há dúvida de que ainda há um grande número de inimigos da Rússia dentro do governo dos EUA".

"Não foram a lugar nenhum. O que chamamos de 'Deep State' continua em vigor e está trabalhando para atrapalhar as negociações entre Moscou e Washington", concluiu.

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