Além do Paraguai, a Guarda Revolucionária do Irã é designada como grupo terrorista por Bahrein, Canadá, Arábia Saudita, Suécia, Estados Unidos e Israel
O governo do Paraguai anunciou nesta quinta-feira (24) que passou a designar a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã como uma organização terrorista, bem como estendeu essa classificação para todas as estruturas do Hamas e do Hezbollah.
Desde 2019, Assunção considerava terroristas as milícias armadas dos grupos palestino e libanês, respectivamente, mas agora decidiu utilizar essa denominação para essas organizações por inteiro – o que inclui seus braços políticos.
"O Governo do Paraguai decidiu incluir a organização Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica [na sua lista de organizações terroristas] devido à sua participação sistemática em violações de direitos humanos e seu envolvimento em atos terroristas em escala global, e ampliar as designações anteriores para incluir todos os componentes do Hezbollah e do Hamas", afirmou o governo paraguaio em nota.
"Embora o Paraguai tenha declarado anteriormente as milícias armadas de ambas as entidades como organizações terroristas, as reiteradas manifestações públicas delas, nas quais não há distinção entre seus componentes armados, políticos ou sociais, levaram à decisão de estender a qualificação de organização terrorista a todas as suas estruturas", justificou.
A decisão do Paraguai foi elogiada por Gideon Sa'ar, ministro das Relações Exteriores de Israel. "Elogio o Paraguai e Santiago Peña [presidente paraguaio] pela decisão histórica de designar a Guarda Revolucionária Iraniana, o Hamas e o Hezbollah como organizações terroristas", escreveu no X.
"O Irã é o maior exportador mundial de terrorismo e extremismo e, juntamente com seus aliados terroristas, ameaça a estabilidade regional e a paz global. Mais países deveriam seguir o exemplo e se juntar à luta contra a agressão e o terrorismo iranianos", afirmou Sa'ar.
Além do Paraguai, a Guarda Revolucionária do Irã é designada como grupo terrorista por Bahrein, Canadá, Arábia Saudita, Suécia, Estados Unidos e Israel.
Peña é um grande aliado de Israel: no ano passado, ele transferiu novamente a embaixada do Paraguai no país de Tel Aviv para Jerusalém.
Em dezembro de 2017, os Estados Unidos, no primeiro mandato de Donald Trump, anunciaram a transferência da sua embaixada para Jerusalém, e no ano seguinte, o então presidente paraguaio, Horacio Cartes, tomou a mesma medida.
Entretanto, poucos meses depois, o sucessor dele, Mario Abdo Benítez (correligionário de Cartes e Peña), voltou atrás e transferiu a embaixada de volta para Tel Aviv.
Na campanha presidencial de 2023, Peña prometeu levar a representação diplomática novamente para Jerusalém, compromisso cumprido no ano seguinte.
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