Netanyahu, em uma tentativa de reduzir as tarifas de 17% impostas às importações israelenses, apesar do cancelamento dos impostos de importação dos Estados Unidos
O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reunirá com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (7), em uma visita surpresa que se soma à sua viagem à Hungria.
Também é esperado que Netanyahu tenha uma reunião prolongada com Trump e o enviado especial Steve Witkoff.
O primeiro-ministro anunciou sua visita aos Estados Unidos ao final de sua visita oficial à Hungria.
Em declarações à imprensa pouco antes de embarcar em seu avião em Budapeste, Netanyahu disse que pretende discutir os reféns, Gaza e as tarifas.
"Daqui, vou para os Estados Unidos, a convite do Presidente Trump, para conversar com ele, obviamente, sobre esses temas: os reféns, alcançar a vitória em Gaza e, claro, o regime tarifário que foi imposto a Israel. Espero poder ajudar nesse assunto. Essa é a intenção."
Veja o vídeo:
Netanyahu também se vangloriou de ser o primeiro líder mundial convidado a se reunir com Trump sobre a questão das tarifas recentemente impostas, o que surpreendeu muitos em Israel, especialmente após o país ter cancelado todas as tarifas restantes sobre as importações dos Estados Unidos.
"Posso lhes dizer que sou o primeiro líder internacional, o primeiro líder estrangeiro, a se reunir com o Presidente Trump sobre esse assunto, que é tão importante para a economia israelense", declarou Netanyahu. "Há uma longa lista de líderes que querem fazer o mesmo em relação às suas economias. Acredito que isso reflete o vínculo pessoal especial, assim como os laços especiais entre os Estados Unidos e Israel, que são tão vitais neste momento."
O Presidente Trump ligou para Netanyahu durante sua visita ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, na quinta-feira, informou o Axios. Durante a ligação, Trump sugeriu que Netanyahu fizesse uma visita para discutir a decisão de impor tarifas de 17% sobre as importações israelenses. Após a ligação, Trump disse a jornalistas no Air Force One que Netanyahu visitaria Washington em breve, "talvez até mesmo na próxima semana".
A presença de Witkoff na visita parece indicar que Netanyahu e Trump também discutirão o tema dos reféns, a continuação dos combates na Faixa de Gaza e a insistência do Hamas nas negociações por uma retirada total das Forças de Defesa de Israel (IDF) e o fim da guerra.
Acredita-se que Netanyahu também tentará discutir as ameaças de Trump sobre um possível ataque às instalações nucleares iranianas, caso o Irã não participe de negociações diretas sobre seu controverso programa nuclear.
O setor de defesa israelense é amplamente favorável a um ataque contra os alvos nucleares do Irã, mesmo sem o apoio dos EUA. No entanto, diversos analistas argumentam que a participação dos EUA seria essencial para realizar um ataque bem-sucedido contra os locais nucleares fortemente reforçados.
Recentemente, os EUA deslocaram vários bombardeiros B-2 Spirit para a região, em uma aparente tentativa de pressionar o Irã antes das novas propostas de negociações diretas por um acordo nuclear.
Os dois líderes também podem tratar dos esforços da Turquia para estabelecer uma presença militar na Síria. As relações entre os Estados Unidos e a Turquia têm se enfraquecido nos últimos anos, especialmente após Ancara adquirir o sistema de defesa antiaérea russo S-400, o que resultou na expulsão da Turquia do programa dos caças F-35.
A Turquia também continua lançando ataques contra as Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos, no enclave nordeste, apesar de os EUA estarem realizando operações de segurança com as FDS contra elementos do Estado Islâmico (ISIS) no país.
Espera-se que Netanyahu retorne a Israel na quarta-feira, indo diretamente para seu julgamento por corrupção em andamento. Sua audiência de segunda-feira foi cancelada devido à viagem surpresa, mas o tribunal não aprovou o cancelamento da audiência de quarta-feira.
0 Comentários