Aviões de carga da Força Aérea dos EUA chegam à Base Aérea de Nevatim, entregando suprimentos de defesa em meio ao aumento das tensões
Em meio às crescentes tensões regionais sobre a possibilidade de uma escalada com o Irã, na segunda-feira (21) a Força Aérea Israelense (IAF) conduziu um exercício de larga escala simulando um bombardeio de mísseis iranianos contra suas bases em todo o país.
A IAF realizou o extenso exercício simulando ataques com mísseis nas mesmas bases que foram atacadas em abril e outubro de 2024. O exercício de treinamento parece ter como objetivo melhorar a preparação para um cenário de um possível ataque iraniano, caso as negociações entre o Irã e os Estados Unidos falhem.
De acordo com um relatório publicado no Kan News, o exercício teve como foco a preparação dos sistemas de defesa e a cooperação entre várias unidades dentro das Forças de Defesa de Israel (IDF), incluindo a Força Aérea, o Sistema de Defesa Aérea e as unidades de apoio logístico.
Na véspera dos exercícios da Força Aérea de Israel (IAF), foi observada uma atividade significativa na base de Nevatim, no sul de Israel. De acordo com dados do site flightradar24.com, que rastreia voos em tempo real, oito aeronaves pesadas de transporte C-17 pousaram na base no domingo, juntando-se a outras 17 que haviam aterrissado desde 10 de abril.
A chegada de um total de 25 aeronaves em tão pouco tempo marca um dos períodos mais intensos de fornecimento de defesa pelos EUA desde o início da guerra em Gaza. Acredita-se que os voos tenham trazido sistemas avançados de interceptação Patriot e THAAD, como parte da preparação para um possível ataque ao Irã e uma resposta direta iraniana, caso as negociações entre os EUA e o Irã fracassem.
O aumento da atividade também indica um possível fortalecimento da cooperação militar entre Israel e os Estados Unidos, mesmo com o Presidente norte-americano, Donald Trump, continuando a falar publicamente sobre as negociações para um novo acordo nuclear com o Irã.
Trump disse a repórteres na segunda-feira: "Tivemos reuniões muito boas, na verdade, sobre o Irã", sem fornecer mais detalhes.
O Presidente Trump deixou claro na semana passada que ainda não descartou definitivamente um ataque militar.
Falando com repórteres no Salão Oval durante a visita da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, Trump afirmou que não caracterizaria suas ações como uma desistência dos ataques iminentes.
"Não estou com pressa para fazer isso", explicou. "O Irã tem a chance de ser um grande país e viver feliz, sem morte, e eu gostaria de ver isso. Essa é minha primeira opção."
Autoridades israelenses teriam sido surpreendidas pela reportagem do New York Times na última quinta-feira, que alegou que Trump cancelou um ataque planejado para buscar uma solução diplomática. Segundo a emissora pública israelense Kan 11, autoridades em Israel acreditam que o vazamento da matéria pode ter feito parte de uma campanha para pressionar o Irã a aceitar as negociações, ao demonstrar que um plano militar estava sendo ativamente considerado.
O Times of Israel informou recentemente que Israel continua elaborando planos para um possível ataque limitado, que não exigiria o apoio dos Estados Unidos. No entanto, um alto funcionário israelense disse à agência Reuters que nenhuma decisão foi tomada quanto a um ataque contra o Irã.
No sábado, o portal Ynet noticiou que o establishment de defesa israelense acredita haver uma janela de oportunidade muito curta — talvez de apenas alguns meses — para destruir as instalações nucleares iranianas.
Com a esperada visita do chefe do Comando Central dos EUA (CENTCOM), general Michael Kurilla — um forte apoiador das capacidades de defesa de Israel antes e depois do início da guerra em Gaza — acredita-se que ele discutirá possíveis opções militares com seus colegas israelenses.
De acordo com a matéria do Ynet, oficiais das Forças de Defesa de Israel (IDF) prefeririam realizar um ataque ao Irã enquanto Kurilla ainda estiver à frente do CENTCOM, com base nos altos níveis de apoio e cooperação que ele já demonstrou anteriormente com as IDF e a Força Aérea de Israel (IAF).
Enquanto isso, após o fim da segunda rodada de negociações entre os EUA e o Irã na embaixada de Omã em Roma, no sábado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Omã emitiu um comunicado dizendo:
"As partes concordaram em passar para a próxima fase das negociações, com o objetivo de alcançar um acordo justo, permanente e vinculativo que garanta o status do Irã como completamente livre de armas nucleares e a suspensão total das sanções, ao mesmo tempo em que preserva seu direito de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos."
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