O sistema de defesa antimísseis balísticos entrou em ação contra os mísseis houthis desde seu deslocamento no ano passado
Os Estados Unidos implantaram recentemente em Israel uma bateria adicional do sistema de Defesa de Área de Alta Altitude Terminal (THAAD), juntamente com duas baterias do sistema Patriot, conforme informou o canal de notícias saudita Al Hadath na noite de sábado para domingo.
Segundo a reportagem, o envio foi realizado em meio ao aumento das tensões regionais, incluindo as operações em curso dos EUA contra os houthis no Iêmen, e sob a sombra das ameaças do Presidente Donald Trump de um possível ataque às instalações nucleares do Irã, caso o país continue rejeitando negociações sobre seu programa nuclear.
Antes da matéria da TV Al-Hadath, sites de rastreamento de voos detectaram a chegada de uma aeronave de transporte de carga da Força Aérea dos EUA à base aérea israelense de Nevatim, vinda da Alemanha. O C-5M Super Galaxy, maior avião de transporte da Força Aérea americana, permaneceu cerca de oito horas na base antes de decolar.
O sistema de defesa antimísseis THAAD, desenvolvido pela Lockheed Martin para o Departamento de Defesa dos EUA, é um sistema avançado de defesa aérea projetado para proteger contra mísseis balísticos. Assim como o sistema de defesa balística israelense Arrow, o THAAD intercepta e destrói os mísseis ainda em pleno voo.
No entanto, ao contrário do sistema Arrow, o THAAD não depende de explosivos para neutralizar o míssil inimigo. Em vez disso, utiliza a energia cinética do impacto para destruir a ameaça. O sistema é capaz de interceptar mísseis tanto dentro quanto fora da atmosfera.
O ultimato estabelecido pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, para que o Irã chegue a um acordo nuclear, está prestes a expirar. Acredita-se que a recente visita do comandante do CENTCOM (Comando Central dos EUA), Michael Kurilla, a Israel — onde se encontrou com o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), Eyal Zamir — também tenha tido como objetivo coordenar os preparativos para um possível ataque ao Irã, juntamente com as represálias previstas.
É provável que esse assunto seja discutido durante a reunião entre o Presidente Trump e o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, marcada para esta semana em Washington, D.C.
Atualmente, há duas baterias de mísseis THAAD posicionadas em Israel, após o ex-Presidente Joe Biden ter transferido as baterias para o país em outubro de 2024, com o objetivo de ajudar na defesa contra ataques com mísseis balísticos iranianos.
Quando essa bateria chegou a Israel, o ex-comandante do Sistema de Defesa Aérea, general de brigada Zvika Haimovich, afirmou que a incorporação do sistema THAAD ao sistema de defesa Arrow já existente em Israel tinha como objetivo "gerar mais poder de fogo e, no fim das contas, cada uma dessas baterias vem com dezenas de mísseis, o que adiciona uma potência de fogo significativa".
Ele declarou que o sistema defensivo adicional "oferece mais oportunidades e aumenta a capacidade de defesa diante dos cenários [de ataque] mais poderosos do Irã".
O sistema THAAD em Israel realizou sua primeira interceptação em 27 de dezembro de 2024, quando derrubou um míssil balístico lançado pelos rebeldes houthis no Iêmen contra Israel.
Outras interceptações ocorreram no final de março, quando o sistema interceptou com sucesso mais dois mísseis balísticos provenientes do Iêmen. No total, o THAAD realizou seis interceptações bem-sucedidas desde que foi implantado na região.
Cada bateria do THAAD é operada por uma pequena equipe de militares norte-americanos, e há cerca de 100 soldados dos EUA em Israel encarregados da operação do sistema.
Enquanto Trump pressiona por negociações diretas com o Irã sobre a questão nuclear, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, recentemente classificou essas negociações como "sem sentido" em meio às ameaças de ataque.
"As negociações diretas não fazem sentido com uma parte que constantemente ameaça recorrer à força, em violação à Carta das Nações Unidas, e que expressa posições contraditórias por meio de seus diferentes representantes", disse Araghchi em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã.
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