Nos últimos dias, Washington tem empreendido esforços diplomáticos na busca de um cessar-fogo no conflito entre Ucrânia e Rússia
Os Estados Unidos interromperão seus esforços pelo fim da guerra na Ucrânia se não houver progresso nas negociações "em questão de dias", afirmou o secretário de Estado do país, Marco Rubio. A declaração, que parece uma tentativa de pressionar Kiev e Moscou a se comprometerem, foi dada nesta sexta-feira (18), enquanto o chefe da diplomacia americana deixava Paris, um dia após se reunir com o presidente da França, Emmanuel Macron.
"Precisamos determinar muito rapidamente agora, e estou falando de uma questão de dias, se isso [um acordo de paz] é ou não factível nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não for, então temos outras prioridades para nos concentrar", disse Rubio a jornalistas, um dia depois de se encontrar com autoridades europeias e ucranianas. "Se não for possível acabar com a guerra na Ucrânia, precisamos seguir em frente", completou.
Fontes diplomáticas da Europa disseram à agência de notícias Reuters que as declarações de Rubio refletem a crescente frustração na Casa Branca com a intransigência da Rússia em encerrar o conflito. Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24 horas. Mais tarde, ao assumir a presidência, disse que o faria em 100 dias, prazo se completa entre o fim de abril e começo de maio.
Nesta sexta-feira, Rubio disse ainda que Trump "passou 87 dias no mais alto nível deste governo repetidamente fazendo esforços para acabar com esta guerra", embora essa não seja "nossa guerra". "Nós não começamos. Os Estados Unidos têm ajudado a Ucrânia nos últimos três anos e queremos que isso acabe, mas não é nossa guerra. Se não for possível, então acho que o presidente provavelmente está em um ponto em que ele vai dizer, 'bem, terminamos'. Faremos o que pudermos nas margens", declarou.
Nos últimos dias, Washington tem empreendido esforços diplomáticos na busca de um cessar-fogo no conflito entre Ucrânia e Rússia. Na última semana, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, reuniu-se por mais de quatro horas com o ditador russo, Vladimir Putin, para conversar sobre o fim do conflito.
Após o encontro, o Kremlin disse que as conversas sobre "aspectos do acordo ucraniano" foram "produtivas". Mais cedo, Trump havia escrito na rede Truth Social que a Rússia "precisa se mexer". "Muitas pessoas estão morrendo, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido – uma guerra que nunca deveria ter acontecido, e não teria acontecido, se eu fosse presidente!!!", escreveu Trump.
Nesta quinta-feira, diplomatas americanos participaram de conversas com representantes europeus e ucranianos em Paris, em busca de uma saída negociada para a guerra. Essas foram as primeiras conversas de alto nível presenciais sobre o tema que envolveram potências europeias. Rubio disse que foram diálogos construtivos e que a proposta americana sobre um acordo de paz obteve uma "recepção encorajadora".
Ainda na quinta, Ucrânia e EUA assinaram um memorando de entendimento que abre caminho para o futuro acordo de minerais e para a criação do fundo de investimento, que também será voltado à reconstrução do país europeu. Em reunião com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no Salão Oval da Casa Branca, na quinta-feira, Trump disse que o acordo para exploração conjunta de minerais críticos ucranianos poderá ser formalizado já na próxima semana.
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