A pressão militar sobre o Hamas se intensifica à medida que outra divisão entra no corredor Khan Younis-Rafah. As Forças de Defesa de Israel (IDF) operam em duas frentes – liberação de reféns e desativação das capacidades do Hamas, publicou o jornal Israel Hayom
A expansão das operações das IDF na Faixa de Gaza, com o envio de uma divisão adicional, continua a refletir a lógica estratégica por trás do lançamento da Operação Força e Espada, há mais de duas semanas. O avanço da 36ª Divisão ao longo do eixo Morag, na área entre Khan Younis e Rafah, adiciona mais uma camada de pressão em direção aos principais redutos do Hamas na parte central da Faixa.
No entanto, essa manobra ainda não sinaliza um avanço decisivo no coração da Cidade de Gaza ou nos campos de refugiados centrais. Conforme indicado tanto pelo primeiro-ministro quanto pelo ministro da Defesa, o objetivo da operação continua sendo a aplicação de pressão militar sustentada sobre o Hamas, com a expectativa de que isso leve a outro cessar-fogo e à libertação de reféns.
Essa abordagem das IDF representa um caminho intermediário entre duas estratégias conflitantes que estão sendo debatidas no discurso público israelense. Um caminho defende focar exclusivamente na libertação dos reféns, mesmo ao custo de aceitar todas as demandas da organização terrorista, incluindo o fim da guerra e uma retirada total de Israel da Faixa de Gaza. O outro defende uma campanha militar abrangente para capturar toda a Faixa de Gaza e eliminar o Hamas, mesmo que isso exija abandonar os esforços adicionais para resgatar reféns nesta etapa.
Em contraste, a abordagem das IDF visa perseguir ambos os objetivos – promover simultaneamente a libertação de reféns, enquanto também enfraquece as capacidades militares do Hamas e sua autoridade governamental. Em termos práticos, a lógica por trás das ações das IDF oferece à liderança política flexibilidade em um momento crítico. Se a pressão militar resultar em progresso em direção a um novo acordo de reféns, as operações podem ser pausadas sob um cessar-fogo. Mas, se nenhum progresso for alcançado, a campanha militar pode ser intensificada e expandida.
Do ponto de vista das IDF, duas considerações principais sustentam essa abordagem intermediária. A primeira, declarada abertamente, é a crença de que uma pressão militar sustentada e intensificada levará à libertação de reféns adicionais. A segunda é que um cessar-fogo prolongado beneficiaria o Hamas, dando-lhe tempo para se recuperar, reconstruir e reorganizar suas forças militares em preparação para uma nova rodada de combates. As IDF buscam prevenir tal cenário, mantendo o impulso da pressão militar.
Nas duas semanas desde o início da operação, uma parte significativa dos danos infligidos ao Hamas foi alcançada através do uso do poder aéreo. Paralelamente, as operações terrestres permitiram que as IDF redesenhassem o campo de batalha em preparação para qualquer ação militar futura. Nesse contexto, as IDF se concentraram em estabelecer corredores de transporte chave, como o corredor Netzarim, o corredor Filadélfia ampliado e agora o eixo Morag, projetados para proporcionar às IDF liberdade de movimento e manobrabilidade em resposta a qualquer desenvolvimento ou acordo futuro.
Por enquanto, a direção geral das operações das IDF continua seguindo uma lógica gradual e comedida, que permanece aberta a uma gama de possibilidades flexíveis no futuro.
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