"Decidi abandonar o cargo de presidente e membro do Conselho de Administração, com efeitos imediatos", afirmou Schwab
O fundador e presidente histórico do Fórum de Davos, Klaus Schwab, anunciou sua aposentadoria "com efeito imediato", segundo um comunicado da organização, encerrando uma era de mais de meio século de liderança.
A decisão de Schwab, de 88 anos, ocorre após ele ter indicado recentemente que começaria a preparar sua saída de forma gradual, embora tenha optado por antecipá-la. Sua retirada também implica sua renúncia como membro do Conselho de Administração, o principal órgão dirigente do Fórum Econômico Mundial, que realiza anualmente seu evento mais emblemático na cidade suíça de Davos.
Em uma sessão extraordinária realizada em 20 de abril, o Conselho de Administração aceitou a renúncia e nomeou por unanimidade como presidente interino Peter Brabeck-Letmathe, ex-principal dirigente da gigante alimentícia Nestlé e, até então, vice-presidente do próprio Fórum. O atual diretor executivo, o norueguês Børge Brende, permanece em seu cargo.
A organização também iniciou um processo de busca para nomear quem assumirá a liderança de forma definitiva. Enquanto isso, o Conselho reconheceu publicamente a trajetória de Schwab, a quem se atribui a criação de uma das principais plataformas de encontro e reflexão global. "Durante 55 anos, sua visão e dedicação permitiram forjar um espaço único para o intercâmbio entre governos, empresas e sociedade civil", destaca o comunicado.
Embora Schwab não tenha detalhado motivos específicos para sua saída além da idade, sua decisão ocorre em um contexto marcado por desafios crescentes ao modelo globalista que o Fórum defende desde sua fundação. A isso somam-se recentes controvérsias internas, como denúncias de funcionários que acusam a direção de práticas discriminatórias e situações de assédio — fatos que motivaram uma auditoria interna.
Apesar das turbulências, o Conselho reafirmou o compromisso do Fórum com seus princípios fundacionais. "Em um ambiente global cada vez mais incerto e mutável, o papel do diálogo inclusivo e da cooperação multilateral é mais essencial do que nunca", afirma o texto oficial.
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