Trump fortalece a Otan ao pressionar Europa por mais investimentos em defesa, dizem bálticos

Bandeiras da Estônia (à direita) e da Lituânia (à esquerda) ao lado da bandeira da Letônia (ao centro) (Foto: EFE/EPA/TOMS KALNINS)

"Provavelmente, será até mais", disse


Os ministros das Relações Exteriores da Estônia e da Lituânia, dois países bálticos integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmaram nesta quinta-feira (27) que a postura firme do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao exigir maior investimento em defesa por parte dos países europeus está contribuindo para o fortalecimento da aliança militar. As declarações foram feitas após um encontro com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e refletem o impacto positivo da pressão exercida por Washington.

O ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, declarou à Newsweek que "não há dúvidas" quanto ao compromisso dos Estados Unidos com a Otan e disse estar satisfeito com a postura do presidente norte-americano.

"Estou feliz também que o Presidente Trump novamente tenha pressionado os países europeus da Otan a investirem mais pesadamente em defesa", afirmou.

Tsahkna destacou que a Estônia já vinha adotando políticas firmes de segurança e que, na semana anterior, o país decidiu elevar os investimentos em defesa para pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) já no próximo ano, porcentagem defendida por Trump.

"Provavelmente, será até mais", disse. Ele mencionou ainda que os demais países bálticos e a Polônia também seguirão o mesmo caminho. "Não é apenas por causa do Presidente Trump. É porque vemos a ameaça real vinda da Rússia."`

A Lituânia compartilha a mesma visão. Em entrevista separada, o ministro lituano das Relações Exteriores, Kęstutis Budrys, afirmou que a Otan "está ficando mais forte, com certeza", graças ao "chamado repetido do Presidente Trump para que se invista mais, se faça mais". Para Budrys, esse movimento está "construindo ainda mais força e poder na aliança".

Budrys destacou que a Otan é a organização militar mais eficiente e duradoura da história, com mais de 75 anos de existência. "Seu poder de dissuasão funciona, e é eficaz", disse, reforçando que os países-membros devem fazer mais para manter essa eficácia. "Foi isso que ouvimos durante o primeiro governo Trump. É isso que estamos ouvindo agora, e estou ansioso para que isso seja ainda mais implementado em ações", disse.

Durante sua campanha presidencial de 2024, Trump voltou a cobrar publicamente os aliados europeus e chegou a dizer em um comício na Carolina do Sul que "incentivaria a Rússia a fazer o que quisesse" com os países que não cumprissem os compromissos com a Otan. A declaração gerou críticas, mas também surtiu efeito: além dos EUA, apenas Reino Unido e Grécia haviam atingido a meta de 2% em 2014. Hoje, Estônia, Lituânia, Letônia, Polônia, Romênia, Hungria e Finlândia já atingiram ou superaram o patamar, muitos deles com investimentos na casa dos 5%.

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