Síria tem maior onda de violência desde queda de Assad; observatório denuncia execução de civis

Governo interino da Síria iniciou nesta sexta-feira uma operação contra forças leais a Assad (Foto: EFE/EPA/BILAL AL HAMMOUD)

A intensificação da violência é um duro golpe para a população síria, que após a ofensiva relâmpago de duas semanas que derrubou
 Assad em dezembro


A Síria vive o momento de maior violência desde que forças oposicionistas ao ditador Bashar al-Assad entraram em Damasco e forçaram a fuga do ex-líder para a Rússia, em dezembro do ano passado.

Segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, publicados pela agência EFE, nos últimos dois dias 78 pessoas foram mortas no país em confrontos diretos entre forças do novo governo sírio e de grupos ligados a Assad (sete delas civis) e outras 69 eram civis que foram executados.

Toques de recolher foram impostos nas cidades de Latakia e Tartous, no oeste da Síria, onde os confrontos começaram.

A região de Latakia concentra a população da minoria alauíta, ramo do islamismo xiita professado por Assad e sua família. Segundo o observatório, ao menos 69 pessoas dessa minoria foram executadas na região pelas forças de segurança sírias.

O governo do presidente interino Ahmed al-Sharaa anunciou nesta sexta-feira uma operação de segurança contra combatentes leais ao ex-ditador, que visa "remanescentes das milícias de Assad e aqueles que as apoiavam", disse um oficial de segurança à agência estatal Sana. Ele instruiu os civis para que "fiquem em suas casas".

A respeito das acusações de execuções de civis alauítas, uma fonte do Ministério do Interior disse à Sana que "violações individuais" ocorreram na região e que elas não se repetirão.

A intensificação da violência é um duro golpe para a população síria, que após a ofensiva relâmpago de duas semanas que derrubou Assad em dezembro, espera alguma estabilidade: em 14 anos de guerra civil, mais de 600 mil pessoas foram mortas na Síria e mais de 13 milhões foram deslocadas.

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