Mulher libertada pelo Hamas relata que foi abusada sexualmente pelos terroristas

Ilana Gritzewsky, durante cerimônia em Madri pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em novembro do ano passado (Foto: EFE/Mariscal)

Ilana tem participado de campanhas pela libertação dos reféns que permanecem em Gaza, inclusive com viagens a outros países


Uma mulher de 31 anos que foi sequestrada pelo Hamas informou numa entrevista ao jornal americano The New York Times, publicada nesta terça-feira (25), que foi vítima de abuso sexual por parte do grupo terrorista.

Ilana Gritzewsky, israelense de origem mexicana, foi libertada em novembro de 2023, mas seu namorado, Matan Zangauker, de 25 anos, continua refém do Hamas.

Ambos foram raptados no kibutz Nir Oz, perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, durante os ataques de 7 de outubro de 2023.

Ela relatou ao NYT que os sequestradores pressionaram sua perna contra o escapamento da motocicleta na qual a levaram, provocando uma queimadura, e que um dos terroristas, que estava sentado atrás dela no veículo, colocou as mãos nos seus seios e suas pernas.

Ilana desmaiou e quando acordou, estava deitada no chão, com a blusa levantada, os seios expostos e as calças abaixadas, com sete homens armados em pé diante ela. De acordo com o relato dela ao NYT, ela não sabe exatamente o que aconteceu enquanto esteve desmaiada, mas gesticulou para os terroristas e disse em inglês que estava menstruada.

"Eles me bateram e me levantaram", afirmou Ilana. "Eu senti que eles ficaram decepcionados. Nunca fiquei tão grata por estar menstruada", disse, apontando que provavelmente só não foi estuprada por isso.

Ilana foi deslocada para diferentes lugares antes de ser libertada – incluindo um hospital em Gaza e um túnel. Ela avisou os terroristas que sofre de uma doença digestiva crônica, mas não recebeu nenhum medicamento nos cerca de 50 dias em que ficou retida.

Em certo momento, um dos sequestradores a abraçou e disse que mesmo que houvesse um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, ela não seria libertada, porque ele queria se casar e ter filhos com ela, relatou.

Por fim, Ilana foi libertada numa troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. Ao retornar, ela descobriu que seu quadril estava fraturado. Durante o cativeiro, ela ficou separada do namorado.

Hoje, 24 reféns vivos ainda estão em Gaza, além de pelo menos outros 35 que estão mortos, segundo informações do governo de Israel. Devido a um impasse na renovação de um cessar-fogo, que estava em vigor desde 19 de janeiro, israelenses e o Hamas voltaram a trocar ataques na semana passada.

"Eu vivo com a pergunta de por que eu [fui libertada] e não eles [outros reféns]. Não tenho resposta", disse Ilana ao NYT. "Mas se eu consegui sair, é um sinal de que Deus queria que eu levantasse minha voz para ajudar aqueles que estão vivos a ganhar sua liberdade e trazer os mortos de volta para um enterro apropriado", afirmou.

Ilana tem participado de campanhas pela libertação dos reféns que permanecem em Gaza, inclusive com viagens a outros países.

Recentemente, ela esteve nos Estados Unidos, onde se encontrou com funcionários do governo Donald Trump e representantes de comunidades judaicas, participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) e discursou em um evento pela libertação dos capturados, realizado no Central Park, em Nova York.

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