O envio de tropas e equipamentos militares faz parte do acordo de associação estratégica assinado entre Kim Jong-un e Vladimir Putin em junho de 2024
Cerca de 3,5 mil soldados da Coreia do Norte foram enviados para receber treinamento em várias regiões do Extremo Oriente da Rússia, e Pyongyang não descarta enviar um terceiro contingente para a linha de frente para ajudar Moscou no conflito na Ucrânia, segundo disse nesta quarta-feira (5) Yu Yong-weon, parlamentar do partido governista da Coreia do Sul.
O legislador, que visitou recentemente a Ucrânia, citou um relatório do chefe da Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia.
"Há cerca de 3.500 soldados norte-coreanos passando por treinamento de campo de adaptação em cinco locais no Extremo Oriente da Rússia, e existe a possibilidade de uma terceira mobilização", disse Yu em um comunicado à imprensa.
Pyongyang já mobilizou tropas em duas fases nos últimos meses, com um primeiro envio de cerca de 11 mil soldados em outubro de 2024 e um segundo lote de 1,5 mil sendo transferidos entre janeiro e fevereiro desse ano. Segundo Yu, o segundo grupo concluiu seu treinamento de adaptação e já está lutando na linha de frente em Kursk, região russa fronteiriça com a Ucrânia.
No último dia 26 de fevereiro, a inteligência ucraniana estimou que até agora cerca de 400 soldados norte-coreanos foram mortos em combate e cerca de 3,6 mil ficaram feridos.
O relatório da inteligência ucraniana também acredita que o principal objetivo do envio dessas tropas é ganhar experiência em combate real.
Durante a entrevista de Yu com norte-coreanos feitos prisioneiros pela Ucrânia, um deles, identificado como Ri, confirmou sua intenção de desertar. Ele também relatou as pesadas baixas sofridas pelas tropas norte-coreanas, afirmando que sua unidade foi a última a permanecer de pé depois que as anteriores foram aniquiladas.
Outro prisioneiro norte-coreano, Baek, disse que muitos soldados escolhem o suicídio em vez da rendição, por considerar a captura uma traição ao país.
O envio de tropas e equipamentos militares faz parte do acordo de associação estratégica assinado entre Kim Jong-un e Vladimir Putin em junho de 2024, que permitiu o fornecimento de armas da Coreia do Norte à Rússia e a incorporação gradual de tropas de Pyongyang ao conflito na Ucrânia.
Como parte do acordo, a Coreia do Norte enviou à Rússia dezenas de milhares de contêineres de artilharia, mísseis e outras armas convencionais usadas na guerra na Ucrânia, e começou a enviar tropas desde outubro do ano passado.
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