Le Pen diz que condenação judicial foi política e promete 'continuar até o fim'

Em entrevista à emissora TF1, Marine Le Pen disse que “na França, o país dos direitos humanos, os juízes aplicaram as leis de um regime autoritário” (Foto: EFE/EPA/THOMAS SAMSON)

"Não vou permanecer passiva. Milhões de franceses me apoiam. Vou continuar até o fim", prometeu


A líder do partido de direita nacionalista francês Reagrupamento Nacional (RN), Marine Le Pen, que foi condenada à prisão e proibida de exercer cargos públicos por cinco anos nesta segunda-feira (31) por um tribunal de Paris, disse que é inocente e que a decisão contra ela foi "política".

Mais cedo, num julgamento por desvio de recursos do Parlamento Europeu, Le Pen havia sido condenada a quatro anos de prisão (dois a serem cumpridos em prisão domiciliar e dois suspensos), pagamento de multa de 100 mil euros e inelegibilidade por cinco anos, o que a deixaria de fora da eleição presidencial de 2027 – que seria sua quarta tentativa de chegar ao Palácio do Eliseu.

"Milhões de franceses estão indignados. Na França, o país dos direitos humanos, os juízes aplicaram as leis de um regime autoritário", disse Le Pen em entrevista à emissora francesa TF1.

"Este é um dia trágico para a nossa democracia, com milhões de franceses privados da sua candidata", acrescentou a direitista, que afirmou que o julgamento foi resultado de ações de "adversários políticos".

Le Pen afirmou que vai recorrer da decisão e disse que, mesmo que não possa concorrer em 2027, o RN chegará forte à disputa com o atual presidente da sigla, Jordan Bardella, apontado como seu sucessor político.

"Jordan Bardella é um trunfo maravilhoso para o movimento. Espero que não tenhamos que usar esse trunfo antes do necessário", afirmou, garantindo, entretanto, que essa posição não significa que não tentará se manter na vida pública.

"Não vou permanecer passiva. Milhões de franceses me apoiam. Vou continuar até o fim", prometeu.

No X, Bardella defendeu Le Pen. "Ao proibir Marine Le Pen de ser candidata na eleição presidencial de 2027, eles estão tentando impedir sua chegada ao Eliseu por quaisquer meios necessários", escreveu. "Eles estão privando milhões de eleitores da sua escolha e, portanto, de sua liberdade", acrescentou.

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