Irã rejeita oferta de Trump para negociar programa nuclear

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã (Foto: Iranian Supreme Leader/EFE/EPA Office)

"A República Islâmica do Irã certamente não aceitará suas exigências", acrescentou a mais alta autoridade política e religiosa do Irã 


O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse neste sábado (7) que não aceitará as exigências de "países arrogantes" ao responder a uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse ter enviado uma carta pedindo para dialogar sobre acordos nucleares.

"A insistência de alguns governos arrogantes em entrar em negociações não tem como objetivo resolver problemas, mas sim intimidar e impor suas exigências", disse Khamenei em uma aparente referência aos apelos de Trump por negociações.

"A República Islâmica do Irã certamente não aceitará suas exigências", acrescentou a mais alta autoridade política e religiosa do Irã durante um encontro em Teerã com altos funcionários do governo do país.

Khamenei afirmou que "governos arrogantes" estão exigindo que o Irã "aja dessa maneira, não veja tal pessoa, não fabrique tal coisa e que seus mísseis não tenham um alcance maior do que tal coisa".

"Mas alguém pode aceitar essas coisas?", questionou o religioso, insistindo que "as negociações são uma forma de fazer novas reivindicações".

Fala de Trump

"Temos uma situação com o Irã e algo vai acontecer muito em breve, muito, muito em breve", disse Trump, em uma entrevista coletiva no Salão Oval, na sexta-feira (7), acrescentando que faltavam apenas "os retoques finais" para chegar a um acordo e que "haverá dias interessantes pela frente".

O republicano insistiu que prefere "um acordo de paz à outra (opção militar)", algo que já havia dito antes, e garantiu que Washington não pode "permitir que tenham uma arma nuclear", em referência ao Irã.

Desde que voltou ao poder, Trump restabeleceu a chamada política de "pressão máxima" contra o Irã e aprovou novas sanções para cortar a venda de petróleo iraniano.

Resposta de Khamenei

Khamenei
, por sua vez, já havia rejeitado a possibilidade de negociações, dizendo que conversar com Washington "não é sensato, não é inteligente e não é honrado".

A mais alta autoridade religiosa lembrou que Trump abandonou em 2018 o pacto nuclear de 2015, assinado entre o Irã e seis potências e que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.

Desde a retirada dos EUA do acordo nuclear, o Irã enriqueceu urânio muito além do nível permitido e agora tem 274 quilos enriquecidos com 60% de pureza, perto de 90% para uso militar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica.

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