O chanceler iraniano também se declarou convencido de que "ninguém sequer considerará a ideia de atacar o Irã porque conhece as consequências"
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse nesta segunda-feira (24) que não haverá guerra com outro país porque o Irã está "completamente preparado" para um conflito, em meio a ameaças de possível ação militar dos Estados Unidos para forçar Teerã a negociar seu programa nuclear.
"Tenho certeza de que não haverá guerra, porque estamos totalmente preparados. Se não houvesse preparação, a guerra poderia ser imposta", disse Araqchí durante um encontro com o Comitê Nacional de Serviços Integrados do Crescente Vermelho.
O chanceler iraniano também se declarou convencido de que "ninguém sequer considerará a ideia de atacar o Irã porque conhece as consequências", dada a preparação das Forças Armadas, das equipes de emergência e do governo, alegou. "Essa preparação nos dá imunidade", assegurou.
Araqchi enfatizou mais uma vez que Teerã não negociará diretamente com Washington sob pressão e a chamada política de "máxima pressão", que inclui quatro rodadas de sanções contra seu setor petrolífero desde o retorno de Donald Trump à presidência americana.
"Dadas suas políticas e acusações diárias, não nos envolveremos em negociações diretas, embora o caminho para negociações indiretas permaneça aberto", disse o político iraniano.
As declarações de Araqchi ocorreram um dia após o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, advertir que o Irã deveria negociar seu programa nuclear se quiser evitar uma possível ação militar.
"Vamos sentar e ver se podemos, por meio do diálogo e da diplomacia, chegar ao lugar certo", disse Witkoff, que atua como enviado especial para o Oriente Médio e também está envolvido nas negociações de cessar-fogo na Ucrânia.
Witkoff lembrou que, no início deste mês, Trump enviou uma carta ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pedindo negociações sobre o programa nuclear iraniano, afirmando que "há duas maneiras de lidar com o Irã: militarmente ou chegando a um acordo".
Até agora, o aiatolá rejeitou a oferta de diálogo de Washington, chamando-a de "uma farsa", e advertiu que negociar com o governo Trump só levaria a mais sanções contra a República Islâmica.
No entanto, Araqchí disse na última quinta-feira que a carta de Trump tinha um tom "ameaçador", embora reconhecesse que também apresentava oportunidades.
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