Hamas ignora ameaça de Trump e diz que soltura de reféns depende de 'trégua duradoura'

Terroristas das brigadas Ezz al-Din Al-Qassam, a o braço armado do Hamas (Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABER)

O grupo terrorista insiste que Israel se sente para negociar a segunda fase do acordo dentro da estrutura pactuada anteriormente

O Hamas afirmou nesta quinta-feira (6) que as "repetidas ameaças" do Presidente dos EUA, Donald Trump, de uma volta da guerra na Faixa de Gaza "servem como apoio para (Benjamin) Netanyahu descumprir o acordo" de cessar-fogo.

Segundo o grupo terrorista, a "melhor maneira" de libertar os reféns israelenses é iniciar as negociações para uma trégua duradoura.

Na quarta-feira, Trump ameaçou fazer o Hamas passar por "um inferno" se não libertasse imediatamente todos os reféns mantidos em Gaza, após se reunir em Washington com oito israelenses que foram sequestrados e libertados pelo grupo.

"A melhor maneira de libertar os prisioneiros israelenses restantes é que a ocupação (Israel) inicie as negociações para a segunda fase e preste contas pelo acordo assinado sob a mediação de intermediários", reiterou o porta-voz do Hamas Abdel Latif Al-Qanoua.

As negociações para continuar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, cuja primeira fase terminou à meia-noite de sábado sem um acordo sobre sua continuação, chegaram a um impasse.

O grupo terrorista insiste que Israel se sente para negociar a segunda fase do acordo dentro da estrutura pactuada anteriormente, mas o governo Netanyahu quer implementar uma proposta dos EUA segundo a qual a primeira fase seria estendida por 50 dias e o Hamas libertaria todos os reféns em dois lotes, sem garantir um cessar-fogo permanente.

No momento, ambos os lados estão respeitando a trégua, à espera que se chegue a algum tipo de acordo.

A nova ameaça de Trump de destruir o Hamas veio depois que a Casa Branca confirmou que tem "conversas e discussões em andamento" com o grupo para pôr fim definitivo à guerra em Gaza.

As negociações são inéditas, já que os EUA nunca antes mantiveram conversas diretas com o Hamas, que Washington considera uma organização terrorista desde 1997.

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