Hamas diz que mais reféns serão mortos se Israel tentar 'resgatá-los à força'

Terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica escoltam o refém russo-israelense Sasha (Alexander) Troufanov antes de entregá-lo à equipe da Cruz Vermelha, em Khan Yunis, em fevereiro (Foto: EFE/EPA/HAITHAM IMAD)

Netanyahu
 alertou que, caso os terroristas palestinos insistam em manter os reféns, Israel pode adotar medidas mais duras


O grupo terrorista Hamas lançou um comunicado em seu canal no Telegram nesta quarta-feira (26) onde diz que mais reféns capturados durante o ataque terrorista de 2023 serão mortos se Israel tentar resgatá-los do cativeiro em Gaza "à força". A ameaça ocorre em meio à retomada das operações militares israelenses na Faixa de Gaza e ao fracasso das negociações por um novo cessar-fogo.

"Cada vez que a ocupação tenta recuperar seus cativos à força, acaba trazendo-os de volta em caixões", afirmou o grupo terrorista, responsabilizando o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelo colapso das tratativas de extensão da trégua. Segundo o Hamas, "os bombardeios sionistas arbitrários estão colocando em risco as vidas" dos reféns. Os palestinos terroristas acusam o governo israelense de estar mentindo para as famílias das vítimas cativas em Gaza.

"Netanyahu está mentindo para si mesmo e para o povo de Israel ao prometer às famílias dos reféns que os ataques aéreos e as incursões são o caminho para trazer seus entes queridos vivos", disseram.

"Ocupação" é o termo com que o grupo terrorista Hamas se refere a Israel. Na nota, o Hamas disse que está "fazendo todo o possível para manter os cativos vivos", mas condiciona sua sobrevivência ao fim das operações militares israelenses no enclave palestino.

Mais cedo, o primeiro-ministro israelense endureceu o discurso contra o Hamas diante do Parlamento, em Jerusalém. Netanyahu alertou que, caso os terroristas palestinos insistam em manter os reféns, Israel pode adotar medidas mais duras, incluindo a tomada de território dentro da Faixa de Gaza.

"Aos meus colegas, digo isso também ao Hamas: isso inclui a tomada de territórios, junto com outras medidas que não vou detalhar aqui. Quanto mais o Hamas persistir em se recusar a libertar nossos reféns, mais forte será a pressão que exerceremos", declarou.

Estima-se que ainda haja pelo menos 59 reféns vivos em poder do Hamas, embora não haja confirmação oficial sobre quantos permanecem vivos após mais de cinco meses de guerra.

A guerra em Gaza começou em outubro de 2023, após terroristas do Hamas invadirem o território israelense, onde assassinaram 1.218 pessoas, na maioria civis. O ataque gerou uma ofensiva de larga escala por parte de Israel, com bombardeios e incursões terrestres contra alvos ligados ao grupo terrorista no enclave palestino.

Nos últimos dias, as Forças de Defesa de Israel (IDF) retomaram os ataques intensivos em Gaza, encerrando um período de relativa calma após o cessar-fogo firmado em janeiro. As ações visam desmantelar as estruturas do Hamas e recuperar os reféns.

Enquanto isso, dentro da Faixa de Gaza, parece estar crescendo a revolta contra o próprio Hamas. Na terça-feira (25), centenas de palestinos foram às ruas no norte do enclave exigindo a saída do grupo terrorista do poder e o fim da guerra com Israel.

"Fora, fora, fora, Hamas deve estar fora", gritavam os manifestantes em Beit Haliya, empunhando bandeiras brancas e cartazes com mensagens como "Hamas terrorista" e "Queremos viver!". Um dos presentes afirmou: "A gente exige liberdade, exige o fim das hostilidades contra Gaza, exige paz...".

As manifestações sinalizam um possível enfraquecimento do apoio popular ao grupo terrorista islâmico dentro do próprio território que controla, em meio ao agravamento da crise humanitária.

Postar um comentário

0 Comentários