No ano passado, a Columbia foi palco de grandes protestos contra Israel devido à guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza
O governo dos Estados Unidos informou nesta segunda-feira (10) que a prisão do ativista palestino Mahmoud Khalil, um dos coordenadores dos protestos contra Israel na Universidade de Columbia, em Nova York, no ano passado, foi baseada num trecho da Lei de Imigração e Nacionalidade americana que dá ao Executivo ampla autoridade sobre quem pode estar sujeito à deportação.
Segundo um alto funcionário do Departamento de Segurança Interna, ouvido pela emissora CNN, a prisão de Khalil, ocorrida no fim de semana, está baseada num trecho da legislação que fala que "um estrangeiro cuja presença ou atividades nos Estados Unidos o secretário de Estado [hoje, o republicano Marco Rubio] tenha motivos razoáveis para acreditar que teriam consequências adversas potencialmente sérias para a política externa dos Estados Unidos é deportável".
Advogados de Khalil, que era estudante da Columbia e se formou em dezembro, disseram à agência Associated Press que o ativista palestino possui o green card, o visto de residência permanente nos Estados Unidos, mas que os agentes de imigração que o prenderam disseram que esse documento será revogado.
No ano passado, a Columbia foi palco de grandes protestos contra Israel devido à guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, inclusive com a ocupação de prédios da instituição.
Rubio disse numa mensagem no X que o governo Trump vai "revogar os vistos e/ou green cards dos apoiadores do Hamas nos Estados Unidos para que eles possam ser deportados".
A organização civil Conselho de Relações Americanas-Islâmicas alegou em comunicado que Khalil "é um residente permanente legal de nossa nação que não foi acusado ou condenado por nenhum crime" e que "a decisão ilegal do Departamento de Segurança Interna de prendê-lo apenas por causa do seu ativismo pacífico antigenocídio [os ativistas acusam Israel de praticar genocídio em Gaza] representa um ataque flagrante à garantia da Primeira Emenda de liberdade de expressão, às leis de imigração e à própria humanidade dos palestinos".
Na sexta-feira (7), o governo dos EUA anunciou o cancelamento de repasses somando aproximadamente US$ 400 milhões para a Universidade de Columbia, relativos a subsídios e contratos federais, alegando "contínua inação da instituição diante do assédio persistente a estudantes judeus".
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