Governo Trump diz que tarifas sobre carros criarão empregos nos EUA

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, conversando com repórteres nesta quinta (27) (Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO)

A nova política tarifária de 
Trump integra um esforço mais amplo para reposicionar os Estados Unidos no comércio internacional e restaurar a competitividade da indústria nacional


O governo do Presidente Donald Trump defendeu nesta quinta-feira (27) que as tarifas que imporá aos carros fabricados fora dos Estados Unidos servirão para fortalecer a indústria nacional e gerar empregos para trabalhadores americanos. A medida, anunciada oficialmente na quarta-feira (26), determina a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados, a partir de 2 de abril.

Durante coletiva com jornalistas, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou a decisão como "ótimas notícias" para a indústria automobilística dos EUA.

"Queremos mais empregos, mais produtos fabricados aqui nos Estados Unidos, o que, no final das contas, significa mais dinheiro no bolso do povo americano", afirmou.

A medida foi bem recebida por setores da indústria, inclusive pelo presidente do sindicato United Auto Workers (UAW), Shawn Fain — mesmo após ele ter apoiado a democrata Kamala Harris na última eleição presidencial. Em nota oficial, Fain declarou que as tarifas representam um passo importante para reverter os danos causados por acordos de livre-comércio.

"Põe fim ao desastre do livre-comércio que devastou as comunidades da classe trabalhadora por décadas", disse o líder sindical.

Apesar do apoio interno, a decisão de Trump intensifica a tensão comercial com parceiros estratégicos. A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou que seu governo apresentará uma "resposta abrangente" às tarifas após o dia 2 de abril. As peças automotivas produzidas no México e no Canadá, por enquanto, estão temporariamente isentas da nova tarifa, conforme previsto no acordo USMCA (Tratado entre EUA, México e Canadá).

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, reagiu com firmeza à medida americana. Em pronunciamento após reunião de gabinete em Ottawa, Carney prometeu retaliação.

"Rejeito qualquer tentativa de enfraquecer o Canadá, de nos desgastar, de nos quebrar para que a América possa nos dominar", afirmou. Ele declarou que o governo canadense adotará "ações comerciais retaliatórias" que buscarão "ter impacto máximo nos Estados Unidos e impacto mínimo aqui no Canadá".

Carney também fez um apelo à população canadense, sinalizando que a resposta do país será duradoura. "Responderemos com força. Nada está fora da mesa para defender nossos trabalhadores e nosso país", declarou. "Somos mestres em nossa própria casa", completou, repetindo uma frase frequentemente usada em seus discursos e associada à tradição política do Québec.

A nova política tarifária de Trump integra um esforço mais amplo para reposicionar os Estados Unidos no comércio internacional e restaurar a competitividade da indústria nacional. Segundo o governo, a estratégia visa impulsionar a produção doméstica, reverter déficits comerciais e proteger empregos industriais em território americano — uma das principais promessas da campanha que o reconduziu à Casa Branca.

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