O caso chegou até a Secretaria de Educação de Berlim, que determinou que a escola cancelasse a obrigatoriedade
Uma escola em Berlim, capital da Alemanha, quis obrigar alunos da 7ª série a participarem de uma cerimônia do Ramadã, mesmo aqueles que não são muçulmanos. O caso foi revelado pelo jornal alemão Bild nesta quarta-feira (12) e gerou revolta entre os pais. De acordo com as informações, só após pressão e questionamentos, o governo local interveio e cancelou a exigência.
A polêmica aconteceu na escola pública Carl Zuckmayer, localizada no bairro de Neukölln, que é formado por uma maioria turca e árabe. Segundo o Bild, os alunos receberam uma convocação oficial para comparecer ao Iftar – a cerimônia de quebra do jejum islâmico, no dia 28 de março, das 17h30 às 20h. O evento, marcado para a noite de uma sexta-feira, foi tratado como obrigatório.
"Este encontro é obrigatório, pois haverá dispensa de outra aula", dizia a convocação que foi veiculada pelo Bild. Além disso, os estudantes foram instruídos a levar comida.
A decisão da escola deixou muitos pais indignados. "O Natal não é comemorado na escola, a Páscoa também não. Em nenhum feriado cristão há eventos obrigatórios. Mas, no Ramadã, nossos filhos têm que participar? Onde estamos vivendo?", desabafou um pai ao Bild. Ele não quis revelar sua identidade por medo de represálias contra seu filho.
O caso chegou até a Secretaria de Educação de Berlim, que determinou que a escola cancelasse a obrigatoriedade.
"As escolas estaduais em Berlim estão sujeitas ao princípio da neutralidade. A participação em eventos religiosos não é obrigatória para os alunos", afirmou um porta-voz do governo.
O Ramadã é um período sagrado para os muçulmanos, que jejuam do amanhecer ao anoitecer. O jejum é quebrado à noite com uma grande refeição comunitária chamada Iftar. Neste ano, o Ramadã teve início em 28 de fevereiro e termina em 30 de março com o Eid al-Fitr, o chamado "Festival do Açúcar".
0 Comentários