Al-Ansari acrescenta que o Catar espera que "Trump transmita ao Primeiro-Ministro Netanyahu que ele acredita no processo de mediação"
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar afirmou que o país está contando com o apoio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para avançar nos esforços de alcançar a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns. Trump se reunirá amanhã com o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Estamos contando com o Presidente Trump e sua administração para transmitir uma mensagem clara de que eles apoiam o processo de negociação, estão comprometidos com a segunda fase e vão apoiar esse processo durante toda a busca pela paz", disse Majed al-Ansari em uma entrevista ao site Breitbart. "O 16º dia [do cessar-fogo] deveria ser o momento em que a delegação israelense viria a Doha para começarmos as negociações da segunda fase. No entanto, eles ainda não enviaram a delegação, mas estamos em contato com ambos os lados para garantir que permaneçam comprometidos com isso. Pelo que entendi, o Primeiro-Ministro Netanyahu quer se reunir primeiro com o Presidente Trump, discutir o assunto e só então enviar a delegação", acrescentou al-Ansari. Al-Ansari acrescenta que o Catar espera que "Trump transmita ao Primeiro-Ministro Netanyahu que ele acredita no processo de mediação, acredita em trazer os reféns de volta para casa e acredita que as negociações devem seguir adiante". "Esperamos que, ao retornar a Israel, o Primeiro-Ministro Netanyahu envie imediatamente sua equipe de negociação a Doha para iniciar as discussões da segunda fase com [o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio] Steve Witkoff e que as negociações continuem." Em uma entrevista recente à Fox News, o novo embaixador de Israel em Washington, Yechiel Leiter, acusou o Catar de jogar um "jogo duplo, financiando os piromaníacos e os bombeiros ao mesmo tempo". Críticos de Doha apontam para seus laços estreitos com o Hamas e seu financiamento a Gaza, o que permitiu que o grupo terrorista priorizasse a construção de seu arsenal para atacar Israel. O Catar, por sua vez, argumenta que Israel e os EUA pressionaram agressivamente para que Doha fizesse esses pagamentos a fim de evitar uma crise humanitária em Gaza. Al-Ansari rebate veementemente as declarações de Leiter. "Se gastássemos um mínimo de esforço para cada indivíduo que tenta usar o Catar como bode expiatório ou como saco de pancadas político, não teríamos tempo para fazer nosso trabalho de mediação", diz al-Ansari. "Temos sido os bombeiros há tanto tempo... trabalhando para apagar incêndios causados por... megalomaníacos, narcisistas e pessoas com egos inflados que só querem realizar suas ambições pessoais, mesmo que isso custe a vida de milhares de civis inocentes." Al-Ansari pede a Leiter que pergunte às famílias dos reféns o que elas pensam sobre o papel do Catar. "Certamente estive em contato com algumas das famílias dos reféns no dia em que elas viram seus entes queridos retornarem, no dia em que uma mãe abraça seu filho que voltou de ser refém em Gaza — ela me enviou uma mensagem agradecendo ao Catar por seu papel."
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