OpenAI investiga se startup chinesa usou seus modelos para treinar chatbot inovador

A gigante da IA investiga a startup DeepSeek, suspeita de usar suas ferramentas para treinar um chatbot concorrente

A americana OpenAI está investigando se a startup chinesa DeepSeek treinou seu novo chatbot usando repetidamente o modelo de inteligência artificial (IA) criado anteriormente pela empresa de tecnologia sediada no Vale do Silício, segundo informou nesta quarta-feira (29) o jornal The Wall Street Journal, citando uma fonte familiarizada com o assunto.

A empresa liderada por Sam Altman disse em um comunicado divulgado neste dia que registrou diversas tentativas de entidades chinesas de tentar extrair grandes volumes de dados de suas ferramentas de IA.

Isso poderia apontar para o novo chatbot DeepSeek R1, de código aberto, que causou um terremoto tecnológico nos últimos dias com uma reação incomum de adversários tecnológicos, como a Nvidia, que perdeu US$ 600 bilhões na segunda-feira, na maior queda diária da história de Wall Street.

"É de vital importância que trabalhemos em estreita colaboração com o governo dos Estados Unidos para proteger melhor os modelos mais capazes dos esforços de rivais e concorrentes para tomar a tecnologia americana", destacou a OpenAI no comunicado.

O texto ainda acusa diretamente as empresas sediadas na China de "tentarem constantemente destilar os modelos das principais empresas de inteligência artificial dos Estados Unidos".

Esse processo, conhecido como destilação, é baseado em aprendizado da máquina, permitindo que modelos de IA menos sofisticados sejam treinados usando grandes bancos de dados de modelos mais eficientes, nos quais grandes somas foram investidas para desenvolvê-los.

As suspeitas da OpenAI levantam a possibilidade de que o desempenho do novo modelo R1 da DeepSeek, que está chamando a atenção por ter sido desenvolvido com um investimento muito menor do que as diferentes versões do ChatGPT – entre outros modelos –, teria uma capacidade menos impressionante do que parece.

O sul-africano David Sacks, o czar das criptomoedas e da IA ​​do presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira que há "evidências consistentes" de que a DeepSeek "destilou" conhecimento dos modelos da OpenAI.

No entanto, a posição da DeepSeek há alguns dias ao explicar seu sucesso foi baseada no fato de que conseguiram tirar o máximo proveito de chips menos avançados graças à "programação inteligente" com o mais alto desempenho.