Quem são as cinco soldados das IDF que retornarão para casa após mais de um ano em cativeiro do Hamas?

QUATRO JOVENS mulheres reféns antes e depois de sua captura (crédito da foto: Arsen Ostrovsky/X)

Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniella Gilboa e Naama Levy foram sequestradas da base de Nahal Oz em 7 de outubro, publicou o jornal The Jerusalem Post

As observadoras do Exército de Israel (IDF) Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniella Gilboa e Naama Levy estão prestes a ser libertadas na primeira fase de um novo acordo de cessar-fogo e troca de reféns.  

Sequestradas da base de Nahal Oz em 7 de outubro, o bem-estar das soldados tem sido uma grande preocupação para as famílias dos reféns e grande parte da sociedade israelense.  

Um vídeo das jovens tornado público em maio gerou indignação, pois os terroristas se referiram a elas como "sabaya". Dependendo da entonação e pronúncia, o termo pode ser entendido como "jovem mulher" ou "escrava sexual".

O Dr. Edy Cohen, analista do Oriente Médio e fluente em árabe, nascido e criado no Líbano, disse ao Israel Hayom que os terroristas claramente agiram como se estivessem lidando com "despojos de guerra, escravas", utilizando uma retórica que carregava abertamente conotações sexuais.  

Além disso, logo após o termo ter sido usado, outro terrorista chamou as mulheres de "tão bonitas" em inglês, respondendo ao comentário de 'sabaya' do primeiro terrorista, aludindo ainda mais aos seus planos de agressão sexual e escravização.

FOI ASSIM QUE FORAM SEQUESTRADAS: O terrível sequestro de cinco jovens israelenses: Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniella Gilboa e Naama Levy


Liri Albag

Aos 18 anos, Albag foi sequestrada um dia e meio depois de começar sua função como observadora, compartilhou sua prima, a cabo das IDF Aya Albag.

"Eu disse a ela o quanto estava orgulhosa por ter passado no curso de observação. Ela estava motivada e tão feliz por ter sido designada para Nahal Oz. Ela começou sua função na quinta-feira e, um dia e meio depois, na manhã de sábado, foi sequestrada", relatou Aya.

Apenas três meses após o sequestro da prima, Aya se alistou no Exército. Ela atribui a Albag a força e o significado que a ajudaram a ter sucesso em sua função.

Imagens de Albag, agora com 19 anos, foram divulgadas pelo grupo terrorista em Gaza no início de janeiro.

"Tenho apenas 19 anos e toda a minha vida pela frente, mas agora tudo foi interrompido", disse Albag no vídeo, pálida e chorando. "Estamos começando um ano extremamente sombrio. O mundo está se esquecendo de nós. Ninguém se importa. Estamos vivendo um pesadelo."

"Eu só quero que as pessoas se lembrem de mim, se lembrem do meu nome", concluiu no vídeo. "Tudo isso é culpa do governo e do Exército."

A refém resgatada Noa Argamani trouxe mais evidências de que Albag continua viva no cativeiro, ao relatar à mãe de Albag que ambas foram mantidas e tratadas como escravas domésticas juntas.

A declaração de Argamani também revelou que Albag estava sendo mantida em um túnel subterrâneo, recebendo água salgada e comida limitada para consumir, e só foi autorizada a tomar banho após um mês de cativeiro.

A irmã de Albag, Shai, disse em julho que sua irmã estava sendo submetida a tortura psicológica no cativeiro.

De acordo com Shai, os terroristas do Hamas disseram a Albag e as outras reféns com quem ela estava sendo mantida: "Vocês ficarão aqui para sempre [em Gaza], vão se casar aqui [com gazenses], vocês são soldados, eles não vão libertá-las vivas."

Como soldado, Albag foi excluída do acordo de novembro, embora sua família tenha sido dada falsa esperança de que ela havia sido resgatada, quando rumores sobre uma operação das IDF circularam em outubro de 2024. Uma prisão foi feita mais tarde em conexão com os rumores, mas a irmã de Albag, Shai, deixou claro que o dano já havia sido causado.

"Cada noite não é uma noite de sono, mas a noite passada foi mais uma noite cheia de rumores, metade da qual passei sentada na porta esperando", compartilhou ela. "Tudo começou com rumores nos quais já pulei de antecipação, achando que minha Liri estava voltando, e se transformou em ansiedade, com medo de que algo terrível tivesse acontecido."

Karina Ariev


Momentos antes de Ariev ser sequestrada em 7 de outubro, ela conseguiu falar com sua família duas vezes, informou o Ynet.

A irmã de Ariev revelou ao Daily Mail que ela foi instruída a "manter nossos pais seguros e ser forte, não se afundar na tristeza, mas continuar vivendo" caso não sobrevivesse.

"Ela não disse para meus pais se preocuparem comigo. Ela me disse para cuidar dos nossos pais. É assim que somos. Somos fortes", disse Sasha Ariev. "Esse é o vínculo que temos, e estamos lidando com isso juntas."

Antes de seu sequestro, Ariev era uma jerusalemita conhecida por seu amor por cozinhar, cantar, dançar e escrever criativamente, informou o Ynet. Apesar de suas raízes em Jerusalém, indignação eclodiram em maio, quando a emissora estatal israelense KAN noticiou que cartazes de Ariev haviam sido removidos.

Teoriza-se que extremistas dentro da comunidade hassídica possam ter rasgado o cartaz.

Sinais de vida foram recebidos de Ariev em janeiro do ano passado, quando o Hamas divulgou um vídeo dela ao lado de Daniella Gilboa e Doron Streinbrecher. O fórum das famílias dos reféns autorizou a divulgação de mais imagens em maio, embora não se saiba quando o vídeo foi filmado.

Agam Berger

Berger, agora com 20 anos, foi sequestrada em 7 de outubro e levada para Gaza ainda de pijama.

Com as constantes interrupções na comunicação e o caos provocado pelos ataques do Hamas, a família só descobriu que Berger havia sido sequestrada em 8 de outubro. Foi o pai de Berger que descobriu o que havia acontecido com a então jovem de 19 anos ao encontrar imagens do seu sequestro em um canal do Hamas no Telegram.

Shlomi Berger, pai de Agam, disse ao The Media Line: "Tememos muito por abuso sexual."

"Minha filha tem 19 anos. Ela é uma adolescente. Não consigo imaginar o que passou pela cabeça dela quando viu isso acontecendo diante dela", disse ele, descrevendo alguns dos testemunhos que ouviu sobre a brutalidade do Hamas contra os soldados.

Antes de ser sequestrada para Gaza, Berger era conhecida como uma talentosa violinista que amava viajar. Ela também era voluntária com crianças com deficiência.

A dedicação de Berger à sua família se revelou, mesmo enquanto permanecia em cativeiro. Seu pai afirmou que a refém libertada Agam Goldstein-Almog o havia chamado em seu aniversário – sob orientação de sua filha – para lhe enviar votos de felicidades.

Daniella Gilboa

Gilboa, agora com 20 anos, apareceu em vários vídeos divulgados por seus sequestradores terroristas. Em um vídeo de julho, Gilboa fez críticas ao governo.

"Eu não sei quando ou se algum dia vou voltar para casa. Estou sob bombardeio constante e tiros 24 horas por dia. Estou aterrorizada pela minha vida. Em um momento, suas bombas quase me mataram", disse ela. "Onde vocês estavam em 7 de outubro, quando fui tirada da minha cama? Onde estão agora? Por que eu, como soldada que dei 100% de mim para o país e servi em condições tão difíceis na faixa de Gaza, tenho que me sentir abandonada e descartada por vocês?"

"No vídeo, ela parece forte e determinada, mas as avaliações psicológicas que recebemos indicam seu estado mental fragilizado", disse a mãe de Gilboa, Orly Gilboa, após a divulgação das imagens.

As imagens divulgadas tranquilizaram muitos, já que as feridas na perna de Gilboa, sofridas em 7 de outubro, não se provaram fatais, informou o pai do namorado de Gilboa ao Maariv.

Além dos amigos e da família de Gilboa, seu namorado aguarda seu retorno do cativeiro – esperando em breve se tornar seu marido, de acordo com o pai do namorado. O jovem teria pedido a bênção dos pais de Gilboa para poder fazer o pedido de casamento.

"Meu filho pediu a mão dela em casamento aos pais dela, aos quais eles responderam sim, mesmo tendo apenas 19-20 anos. Logo depois, ele gritou para o céu – 'Vou te pedir em casamento!'" disse o pai. "Ele ora para que ela volte logo e se reúna com ele e com a família dela."

Naama Levy

A situação de Levy rapidamente ganhou atenção internacional quando imagens dela em Gaza, usando calças de moletom cinzas manchadas de sangue, circulou online. Reféns liberados disseram à família que ela estava ferida.

O irmão da jovem, Amit Levy, agora com 20 anos, contou ao Media Line que sua irmã não foi vítima de violência sexual durante pelo menos os primeiros 50 dias de seu cativeiro.

"Já há tantas pessoas que falhamos – aquelas que poderíamos ter salvado do cativeiro, mas não conseguimos. Não posso deixar isso acontecer com minha irmãzinha", disse Amit. "Não podemos deixar isso acontecer com nenhum dos outros reféns que ainda estão sendo mantidos."

O primo de Naama Levy, Zack Shachar, disse ao Australian Jewish News na terça-feira que a família não recebeu sinais recentes de vida.

Antes de seu sequestro, ela fez trabalho voluntário tanto nas Nações Unidas quanto na Cruz Vermelha. Uma das muitas organizações com as quais ela trabalhou, Hands of Peace, buscava construir um futuro de coexistência entre israelenses e palestinos.

Foi por seu trabalho humanitário, e por ter dito aos seus sequestradores do Hamas, "Eu tenho amigos na Palestina", que o editor-chefe do Jerusalem Post, Zvika Klein, comentou: "Sua jornada, de promover a paz a se tornar um símbolo da luta pela justiça, destaca a capacidade de resistência do espírito humano e a busca implacável pela paz em meio ao conflito."

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