"Acho que desta vez gosto mais (desta capa)", acrescentou Trump
O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi aplaudido de pé nesta quinta-feira (12), enquanto tocava o sino com o qual a Bolsa de Valores de Nova York inicia suas operações diárias, um privilégio que costuma ser reservado aos empresários que abrem investimentos no país.
Os aplausos ao republicano foram acompanhados de gritos "U-S-A, U-S-A", que também foram direcionados à equipe que acompanhava o político, entre os quais estavam sua esposa, Melania Trump, sua filha Ivanka e o vice-presidente eleito dos EUA, J.D. Vance.
A visita de Trump a Wall Street coincidiu com seu reconhecimento como "Pessoa do Ano" pela revista Time e, de fato, depois do próprio Trump, a bolsa de valores exibiu a capa da revista para dar maior destaque ao fato.
Antes de tocar o sino, Trump fez um discurso para os diretores da Bolsa de Valores de Nova York, no qual expôs as linhas gerais do que será sua política econômica, uma mistura de medidas protecionistas e incentivos fiscais para o "Feito na América".
O presidente eleito anunciou, por exemplo, um processo "expresso" de aprovação operacional para todos os investidores, nacionais ou estrangeiros, que chegarem ao país e aplicarem US$ 1 bilhão, que agora passam por um processo que leva entre 14 e 16 anos, segundo Trump.
"Vamos incentivar todo mundo que quiser voltar para os EUA. Queremos que vocês voltem: montadoras, todo mundo", declarou, fazendo alusão justamente a um dos setores que mais terceirizou nas últimas décadas e que os economistas duvidam que seja viável trazer de volta ao país.
O presidente eleito dos EUA também mencionou especificamente o setor de petróleo e gás, tema que gera polarização em meio ao discurso de mudança climática e do "boom" das energias renováveis.
"Não há nenhum país no mundo que tenha mais (petróleo e gás) do que nós, somos o número um, eu o levei ao número um em produção em meu primeiro mandato, e agora seremos (novamente) o número um, com números que ninguém jamais viu antes", acrescentou.
Trump também afirmou que esse retorno prometido dos negócios aos EUA, além da produção de petróleo, fará com que os preços caiam.
"Quando isso acontecer, os preços começarão a cair, porque as pessoas não podem mais comprar comida e, muito em breve, poderão comprar comida novamente", disse.
"Senhoras e senhores, vamos fazer isso (a economia) direito. Vamos estimulá-la como nenhum outro país. Vamos reduzir seus impostos (referindo-se aos impostos sobre as empresas). Vamos reduzi-los substancialmente. Vamos reduzi-los para 21%, de provavelmente 42% ou 44%, dependendo de onde você estiver. Já os reduzimos para 21% para todos, o que foi um milagre. Agora vamos reduzi-los para 15%, mas somente se você fabricar seu produto, se não fabricar, você paga 21%, o que não é ruim", disse o republicano.
Trump agradece à revista Time após ser eleito "Personalidade do Ano"
Donald Trump definiu nesta quinta-feira como uma "honra" o reconhecimento de "Personalidade do Ano 2024" que a revista Time lhe concedeu pela segunda vez, mas ele afirmou que só consegue "falar bem" de 25% das capas da icônica revista nova-iorquina.
"É uma honra (...) Quero agradecer à revista Time. Já estive muitas vezes na capa. Não sei quem tem o recorde. Mas provavelmente só consigo falar bem de 25% das capas. Esses 25% são ótimos. As outras capas, simplesmente prefiro não vê-las, mas foi uma honra", afirmou Trump em um discurso na Bolsa de Valores de Nova York.
"Acho que desta vez gosto mais (desta capa)", acrescentou Trump, para em seguida mandar uma advertência para a imprensa: "A mídia se acalmou um pouco. Eles nos tratam muito melhor. Agora, acho que se não o fizerem, teremos que enfrentá-los novamente".
Trump, de 78 anos, vencedor das eleições presidenciais americanas em 5 de novembro, também foi a "Personalidade do Ano" da revista em 2016, quando também venceu as eleições presidenciais sobre a ex-secretária de Estado e candidata democrata Hillary Clinton.
A capa deste ano mostra Trump vestindo seu terno habitual com gravata vermelha sobre fundo cinza e com as mãos entrelaçadas, enquanto olha desafiadoramente para o horizonte.
Isto já vem acompanhado no site da Time por uma extensa crônica com declarações exclusivas durante a campanha e uma dezena de fotografias, infográficos e um vídeo que documentam o impacto de Trump nos EUA e além das suas fronteiras.
Ao longo do texto você pode ler repetidamente qualificações como "o homem mais poderoso do mundo" ou descrições de seu retorno presidencial como "um renascimento político sem paralelo".
O reconhecimento anual e mais importante da Time foi atribuído pela primeira vez em 1927 e seus vencedores têm suscitado controvérsia desde a sua criação, combinando personalidades tão diversas como Mahatma Gandhi (1930), Joseph Stalin (1939), Rainha Elizabeth II (1952), John F. Kennedy (1961), Richard Nixon (1971), Aiatolá Khomeini (1979), a invenção do computador (1982), Jeff Bezos (1999), o ditador Vladimir Putin (2007) ou Barack Obama (2008), entre muitos outros.
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