Ex-enviado dos EUA alerta Coreia do Sul sobre possível exploração da crise por parte da Coreia do Norte

O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, tem se afastado de qualquer chance de paz com o Sul (Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV / SPUTNIK / KREMLIN)

O presidente sul-coreano alegou que o decreto era necessário para "erradicar forças pró-Coreia do Norte"


O ex-enviado dos Estados Unidos para as conversações sobre o programa nuclear da Coreia do Norte, Sydney Seiler, alertou que a Coreia do Norte pode tentar se aproveitar da crise política atual na Coreia do Sul. Em declaração à CNN, Seiler afirmou que é crucial que aliados da Coreia do Sul observem atentamente qualquer tentativa de Pyongyang de explorar a situação caótica no país após o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, declarar lei marcial no país.

A medida, que foi anunciada na noite de terça-feira (3) em Seul, onde já é quarta-feira (4), visava combater o que Yoon classificou como "atividades antinacionais" e proteger a ordem constitucional. O presidente sul-coreano alegou que o decreto era necessário para "erradicar forças pró-Coreia do Norte" e preservar a liberdade democrática do país. A situação, no entanto, segundo a imprensa local, foi desencadeada por desentendimentos entre o governo e a oposição, após o Partido Democrático da Coreia (DPK), principal oposição, bloquear o orçamento do governo para 2025 e tentar derrubar dois altos funcionários do Executivo.

O decreto de lei marcial, que não era visto na Coreia do Sul desde 1979, foi rejeitado de forma unânime na Assembleia Nacional, que votou pela sua revogação em uma sessão emergencial. Em conformidade com a Constituição, o presidente Yoon foi obrigado a suspender a medida após o parlamento expressar sua oposição. A revogação do decreto foi anunciada quando o presidente sul-coreano se reuniu com seu gabinete e afirmou que a suspensão da lei marcial estava sendo feita em resposta à solicitação da Assembleia Nacional. Yoon, porém, voltou a criticar a oposição por suas ações, acusando-a de tentar paralisar o governo.

À CNN, Seiler destacou que, além de observar a reação da Coreia do Norte, é importante acompanhar agora como Yoon lidará com a pressão interna e como ele pode buscar um diálogo com a oposição para resolver o impasse político no país. O ex-enviado afirmou que "precisamos manter nossos olhos atentos à Coreia do Norte e se eles verão uma oportunidade para explorar isso".

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