Os governos do Ocidente ainda buscam uma forma de lidar com o novo governo sírio
Os governos da Alemanha e da França concordaram nesta segunda-feira (9) em "trabalhar" com o novo governo da Síria, formado por rebeldes que no fim de semana forçaram a saída do país do ditador Bashar al-Assad.
Segundo um comunicado do governo alemão, o chanceler Olaf Scholz e o presidente francês, Emmanuel Macron, falaram por telefone e concordaram em adotar a postura conjunta de trabalhar com o premiê interino, Mohamed al-Bashir, "com base nos direitos humanos fundamentais e na proteção de minorias étnicas e religiosas".
"Assad causou um sofrimento terrível ao povo sírio e grandes danos ao seu país", apontou o comunicado. "Ambos [Scholz e Macron] concordaram que estão prontos para trabalhar com os novos governantes com base nos direitos humanos fundamentais e na proteção de minorias étnicas e religiosas", acrescentou.
"Ambos concordaram [também] em trabalhar juntos para fortalecer o engajamento da União Europeia na Síria, incluindo o apoio a um processo político inclusivo na Síria", destacou o comunicado.
Os governos do Ocidente ainda buscam uma forma de lidar com o novo governo sírio, já que a Organização de Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe), que liderou a insurreição para a derrubada de Assad, é considerada um grupo terrorista por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, entre outros, e a organização e seu líder, Abu Mohammed al-Golani, já foram afiliados à Al Qaeda.
Nesta terça-feira (10), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou que os Estados Unidos reconhecerão e apoiarão um governo sírio que resulte de um processo de transição inclusivo e sem interferência externa, segundo informações da agência EFE.
"O povo sírio decidirá o futuro da Síria. Todas as nações devem comprometer-se a apoiar um processo inclusivo e transparente e abster-se de qualquer interferência externa", disse Blinken em um comunicado, no qual destacou que seu país "reconhecerá e apoiará plenamente o futuro governo sírio que emergir deste processo".
"Estamos prontos a prestar todo o apoio necessário às diversas comunidades e setores da população da Síria", declarou Blinken, que fez um apelo por uma "governança crível, inclusiva e não sectária que cumpra os padrões internacionais".
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