"A maioria dos americanos nos confiou essa importante responsabilidade", disse
Melania Trump, a modelo eslovena-americana de 54 anos que conheceu o magnata nova-iorquino Donald Trump em 1998, quando trabalhava como modelo, e se tornou em 2005 a terceira esposa dele, teve um perfil extremamente discreto como primeira-dama durante o primeiro mandato do republicano (2017-2021).
Ao contrário de nomes como Nancy Reagan, Hillary Clinton e Michelle Obama, que se tornaram tão famosas quanto seus maridos (ou ao menos chegaram perto disso), ela pouco apareceu diante dos holofotes e parte da sua agenda como primeira-dama foi cumprida por Ivanka Trump, filha do então presidente.
Tirando campanhas eventuais, como a Be Best, voltada a combater o cyberbullying e prevenir o uso abusivo de opioides entre jovens, ela teve como foco no período da primeira gestão a criação do filho, Barron.
Agora que Melania e Trump estão arrumando as malas para voltarem à Casa Branca em janeiro, a imprensa americana especula se ela terá um perfil mais ativo no segundo mandato do marido.
A julgar por alguns episódios durante e após a campanha presidencial, a sinalização é de que isso ocorrerá.
Depois das tentativas de assassinato contra Trump, ela subiu o tom e culpou os democratas e a imprensa americana pelos dois casos.
"É realmente chocante que ocorra toda essa violência ultrajante contra meu marido. Especialmente porque ouvimos os líderes do partido adversário e a grande imprensa rotulando-o como uma ameaça à democracia, chamando-o de nomes vis", disse Melania em entrevista à Fox News.
"Eles estão apenas alimentando uma atmosfera tóxica e dando poder a todas essas pessoas que querem fazer mal a ele", afirmou.
Após a derrota de Trump para Joe Biden na eleição de 2020, Melania corroborou as acusações do marido de que a eleição teria sido fraudada, e reiterou essa opinião na sua recém-lançada autobiografia.
"Não sou a única pessoa que questiona os resultados", escreveu na obra, na qual surpreendeu ao defender o aborto, contrariando a opinião predominante dentro do Partido Republicano.
"Por que alguém além da própria mulher deveria ter o poder de determinar o que ela faz com seu próprio corpo? O direito fundamental da mulher à liberdade individual, à sua própria vida, lhe garante a autoridade para interromper sua gravidez se ela desejar", afirmou no livro.
A opinião, entretanto, não gerou grande repercussão entre os republicanos (ao menos não publicamente), e duas atitudes de Melania após a vitória do marido sobre a democrata Kamala Harris indicaram uma postura política mais contundente no segundo mandato de Trump.
Primeiro, numa mensagem nas redes sociais, falou como uma verdadeira integrante da futura gestão.
"A maioria dos americanos nos confiou essa importante responsabilidade", disse. "Nós protegeremos o coração da república – a liberdade", acrescentou.
Depois, ela recusou um convite para se encontrar com a atual primeira-dama, Jill Biden, enquanto os maridos se reuniam na última quarta-feira (13) na Casa Branca, uma tradição pós-eleição nos Estados Unidos.
Embora o motivo alegado tenham sido compromissos de divulgação da autobiografia de Melania, uma fonte do jornal The New York Post disse que na verdade se tratou de um boicote, motivado pela operação do FBI na residência do casal Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, em agosto de 2022, no caso dos documentos confidenciais levados da Casa Branca ao fim do primeiro mandato do republicano.
"O marido de Jill Biden autorizou o FBI a bisbilhotar sua gaveta de roupas íntimas [de Melania]. Os Bidens são nojentos", disse a fonte do Post. "Jill Biden não é alguém que Melania precisa encontrar."
A partir de janeiro, os Estados Unidos saberão se essa postura mais incisiva da ex e futura primeira-dama foi apenas pontual ou realmente marca o início de uma nova fase.
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