Premiê libanês condena ataque que matou Nasrallah e pede 'unidade' contra Israel

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, declarou três dias oficiais de luto pela morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah | Foto: EFE/EPA/STEPHANI SPINDEL

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Israel, por sua vez, apontou que quase 70 mil israelenses foram deslocados do norte do país desde o início dos bombardeios do Hezbollah em outubro do ano passado


O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou neste sábado (28) a morte do líder do grupo xiita terrorista Hezbollah, Hassan Nasrallah, e pediu "unidade" para enfrentar o que chamou de "guerra genocida" empreendida por Israel contra o Líbano.

"Nossa solidariedade hoje, nestes momentos cruciais da vida da nação, é a resposta mais forte à agressão israelense", disse Mikati em um discurso durante uma sessão do Conselho de Ministros, realizada em regime de emergência após seu regresso antecipado de Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Israel e o próprio Hezbollah confirmaram neste sábado a morte de Nasrallah, que era secretário-geral do Hezbollah desde 1992, num ataque ao QG do grupo terrorista em Beirute na sexta-feira (27).

O governo libanês declarou três dias oficiais de luto a partir de segunda-feira (30), ao mesmo tempo em que anunciou em comunicado que durante o funeral do líder do Hezbollah "todos os trabalhos irão parar" no país, embora não tenha especificado quando será realizada a cerimônia.

Da mesma forma, pediu união para enfrentar o que chamou de "guerra odiosa e destrutiva que Israel está travando" contra o Líbano, e afirmou que a violência deixou "mártires caídos" em várias áreas do país, milhares de feridos e o deslocamento de milhares de libaneses, cerca de 200 mil segundo dados das Nações Unidas.

Israel, por sua vez, apontou que quase 70 mil israelenses foram deslocados do norte do país desde o início dos bombardeios do Hezbollah em outubro do ano passado, em "solidariedade" ao Hamas, alvo de uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza – desencadeada em resposta aos ataques do grupo terrorista palestino ao território de Israel.

As hostilidades aumentaram a partir da semana passada, após pagers e walkie-talkies do Hezbollah explodirem no Líbano, matando mais de 30 pessoas, ataque que o grupo atribuiu aos israelenses. Israel não admitiu responsabilidade pelas explosões.

Nesta semana, Estados Unidos e França pediram uma trégua de 21 dias nas hostilidades entre o Hezbollah e Israel, mas este disse que manteria os ataques contra estruturas do grupo terrorista com o objetivo de permitir o retorno de famílias israelenses ao norte do país.

O Hezbollah manteve os bombardeios na região de fronteira e disparou um míssil na direção da sede do Mossad, serviço de inteligência de Israel, em Tel Aviv, na região central do país, mas o projétil foi interceptado.

Um alto funcionário do governo israelense disse ao jornal britânico The Telegraph que a decisão do premiê Benjamin Netanyahu de viajar para Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU, agenda sobre a qual havia dúvidas em razão da escalada das hostilidades com o Hezbollah, foi tomada para enganar Nasrallah e fazê-lo pensar que não seria atacado.

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