Ao decidir o tipo de aparição pública que o presidente fará, a estratégia tem sido aparentar normalidade
Depois de seu fraco desempenho no debate da semana passada, a campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, optou por uma estratégia dupla para sair da crise: aparentar normalidade e se concentrar em alardear a "ameaça" que o ex-presidente Donald Trump representaria para a democracia americana.
Fontes próximas ao Partido Democrata disseram à Agência EFE que, em particular, está sendo realizado um intenso esforço de relações públicas, com várias ligações e reuniões para tranquilizar os principais doadores, membros do Congresso e outras autoridades eleitas.
De fato, durante o fim de semana, o Comitê Nacional Democrata (DNC), realizou uma chamada com dezenas de seus membros, incluindo algumas das personalidades mais importantes da legenda, e a campanha também entrou em contato com grandes doadores.
Além dessas conversas, outras opções estão sendo consideradas para melhorar a imagem pública de Biden e mostrá-lo como enérgico e no controle, em oposição à imagem que projetou durante o debate de 27 de junho contra Trump, quando surgiu envelhecido, com voz rouca e dificuldades para terminar várias de suas frases.
Para isso, uma das possibilidades seria dar uma entrevista de alto nível a um meio de comunicação ou realizar uma entrevista coletiva lotada, um tipo de aparição pública a que ele tem recorrido com menos frequência do que seus antecessores desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021.
Em uma arrecadação de fundos no estado de Nova York no sábado (29), o próprio Biden estava disposto a dar uma entrevista e disse que havia conversado com o popular apresentador de rádio Howard Stern sobre retornar em um futuro próximo ao seu programa, no qual apareceu em abril para responder a perguntas abertas focadas principalmente em sua biografia.
Biden quer vender aparência de normalidade
Ao decidir o tipo de aparição pública que o presidente fará, a estratégia tem sido aparentar normalidade.
De acordo com a agenda pública da Casa Branca, Biden participou nesta terça-feira (2) de um briefing sobre condições climáticas extremas em Washington e depois fará um comício de campanha na Virgínia.
Na quarta-feira (3), presidirá uma cerimônia de entrega da Medalha de Honra e na quinta-feira, 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, participará do tradicional churrasco da Casa Branca.
Depois disso, passará o fim de semana em sua residência em Wilmington, Delaware, como se fosse apenas mais uma semana sem nada fora do comum.
Além disso, de acordo com membros de sua equipe eleitoral, o presidente continuará fazendo campanha como antes nos estados-chave para as eleições de novembro, da mesma forma que tem feito nos últimos meses.
Foco em Trump
O que a campanha quer fazer é colocar os holofotes sobre Trump, especialmente depois que ontem a Suprema Corte dos EUA concedeu imunidade parcial por "atos oficiais" de presidentes americanos durante seus mandatos.
Quentin Fulks, vice-gerente de campanha presidencial, disse que Biden falará diretamente em seus eventos de campanha sobre "as razões pelas quais os americanos devem temer Donald Trump", em referência à invasão do Capitólio em 2021.
Seguindo essa estratégia, Biden falou com a imprensa na Casa Branca na noite de segunda-feira (1º) para deixar claro que a decisão abre um "precedente perigoso" e considerou que agora cabe ao povo americano "fazer um julgamento" sobre o comportamento de Trump, em referência às eleições de novembro.
No final de sua apresentação, que fez lendo um teleprompter e durou cerca de cinco minutos, o presidente não respondeu às perguntas que os jornalistas lhe fizeram sobre o debate e sobre as críticas que surgiram dentro de seu próprio partido.
Até o momento, Biden não deu sinais de que pretende se retirar da disputa pela Casa Branca e figuras influentes do Partido Democrata, como o ex-presidente Barack Obama, cerraram fileiras em torno dele.
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