Maduro é proclamado presidente reeleito e fala em tentativa de golpe 'fascista'

Grandes parceiros: Maduro cumprimenta o presidente do CNE, o chavista Elvis Amoroso, durante o ato de proclamação da sua vitória | Foto: EFE/Ronald Peña R.

De acordo com o ditador, "a mesma ultradireita, os mesmos grupos liderados pelo imperialismo americano, os mesmos países" estão por trás desse plano de golpe


O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (29) que está em andamento uma tentativa de golpe de Estado "de caráter fascista", em meio aos questionamentos sobre a sua reeleição, anunciada de madrugada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e rejeitada pela oposição e grande parte da comunidade internacional.

"Estão tentando impor um golpe de Estado na Venezuela, novamente, de caráter fascista e contrarrevolucionário", disse Maduro durante o ato de proclamação como presidente reeleito, na sede do CNE, em Caracas.

O presidente do CNE, o chavista Elvis Amoroso, disse durante a cerimônia de proclamação que "a eleição presidencial ocorreu em um clima de respeito, paz e participação democrática, embora alguns tenham tentado gerar violência". Ele repetiu que "houve muitos ataques" ao sistema eleitoral, sem especificar de que forma ocorreram.

Segundo Amoroso, com a "capacidade técnica, moral e ética" do CNE, "todos os obstáculos foram superados".

Maduro disse que esse é "o mesmo filme" e "com um roteiro semelhante" ao vivido em 2018, no qual "os protagonistas" são "os mesmos": de um lado, "o povo que quer a paz" e, de outro, "as elites cheias de um projeto contrarrevolucionário, fascista, atrelado ao império americano".

O ditador alegou que "estão ensaiando os primeiros passos fracassados para desestabilizar a Venezuela" e impor "novamente" um "manto de agressão e dano", uma "espécie de filme [Juan] Guaidó 2.0", em referência ao período em que o oposicionista se autoproclamou presidente interino do país, um mandato reconhecido por cerca de 50 países mas que ele nunca conseguiu exercer, sem instituições e poder real.

"Digo aos conspiradores, aos envolvidos e àqueles que apoiam essa operação contra a democracia venezuelana que já conhecemos o filme e que desta vez não haverá fraqueza alguma. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação serão impostos", disse Maduro.

De acordo com o ditador, "a mesma ultradireita, os mesmos grupos liderados pelo imperialismo americano, os mesmos países" estão por trás desse plano de golpe.

Essa declaração foi feita minutos depois que nove países (Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana) pediram uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tratar dos resultados das eleições na Venezuela.

Outras nações também expressaram preocupação com as alegações de fraude da oposição, ao mesmo tempo em que pediram às autoridades que garantam a transparência do processo e permitam uma contagem detalhada dos votos.

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