No seu discurso, Netanyahu também elogiou Trump
No seu quarto discurso no Congresso dos Estados Unidos, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (24) em Washington que a guerra do seu país contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza "não é um choque de civilizações".
"É um choque entre a barbárie e a civilização. É um choque entre aqueles que glorificam a morte e aqueles que santificam a vida", disse o premiê.
"Eles [Hamas] decapitaram homens. Eles queimaram bebês vivos. Eles mataram pais na frente dos filhos e filhos na frente dos pais. Arrastaram 251 pessoas para as masmorras escuras de Gaza", disse Netanyahu, que comparou os atentados do grupo terrorista em Israel em 7 de outubro do ano passado ao 11 de Setembro e alertou para "o eixo de terror do Irã" no Oriente Médio.
"Encontramo-nos hoje numa encruzilhada da história. Nosso mundo está em convulsão", afirmou o primeiro-ministro. "Para que as forças da civilização triunfem, os Estados Unidos e Israel devem permanecer juntos. Porque quando estamos juntos, acontece algo muito simples: nós ganhamos, eles perdem", disse Netanyahu.
Em junho, o premiê havia acusado o presidente Joe Biden de reter armas que seriam enviadas para Israel – a Casa Branca alegou que foi retido apenas um carregamento de armas pesadas em maio, devido ao receio de que fossem utilizadas na ofensiva israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza.
Nesta quarta-feira, Netanyahu elogiou o democrata. "O presidente Biden e eu nos conhecemos há mais de 40 anos. Quero agradecer-lhe por meio século de amizade com Israel e por ser, como ele diz, um sionista orgulhoso. Na verdade, ele diz, um orgulhoso sionista irlandês-americano", disse o premiê.
Ele elogiou os "esforços incansáveis" de Biden "em nome dos reféns e pelos seus esforços em prol das famílias dos reféns".
"Agradeço ao presidente Biden pelo seu apoio sincero a Israel. Após o ataque selvagem de 7 de outubro, ele chamou acertadamente o Hamas de 'mal puro'. Despachou dois porta-aviões para o Oriente Médio para impedir uma guerra mais ampla e veio a Israel para estar conosco durante a nossa hora mais sombria, uma visita que nunca será esquecida", disse Netanyahu.
Ainda assim, pediu mais ajuda americana para vencer a guerra em Gaza. "Deem-nos as ferramentas mais rapidamente e terminaremos o trabalho mais rapidamente", alegou.
O bilionário Elon Musk, a refém israelense resgatada Noa Argamani e familiares de outros reféns do Hamas estiveram presentes nas galerias para acompanhar a fala do premiê israelense.
Antes do pronunciamento de Netanyahu, ocorreram protestos contra o premiê em torno do Capitólio, que, segundo comunicado da polícia legislativa no X, se tornaram "violentos".
Segundo a emissora CNN, os policiais usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral para conter a multidão. No seu discurso, Netanyahu disse que os manifestantes "deveriam se envergonhar" e que "muitos escolhem ficar do lado do mal", citando o Hamas, e alegou que os protestos são financiados pelo Irã.
O premiê também criticou o pedido de prisão contra ele feito pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) e chamou as acusações de "fabricação completa".
Vários parlamentares democratas boicotaram o discurso de Netanyahu, que na quinta-feira (25) vai se encontrar com Biden e com a vice Kamala Harris, provável candidata do Partido Democrata na eleição presidencial de novembro.
Segundo a CNN, durante o discurso de Netanyahu, a deputada democrata Rashida Tlaib, de ascendência palestina, segurou uma placa com as mensagens "Criminoso de guerra" e "Culpado de genocídio".
Nas galerias, cinco pessoas foram presas durante o pronunciamento por interromper a fala do primeiro-ministro.
Na sexta-feira (26), o premiê de Israel se encontrará com o ex-presidente Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca.
No seu discurso, Netanyahu também elogiou Trump. "Também quero agradecer ao presidente Trump por todas as coisas que fez por Israel, desde o reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã até o confronto diante da agressão do Irã, o reconhecimento de Jerusalém como a nossa capital e a transferência da embaixada americana para lá", afirmou.
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