Decisão histórica enfrentou resistência de nações como Hungria e Alemanha e foi aprovada depois de adiamentos
A União Europeia (UE), pela primeira vez, impôs sanções ao gás natural liquefeito (GNL) da Rússia como parte do 14º pacote de medidas contra o país. A decisão, que enfrentou resistência de nações como Hungria e Alemanha, foi aprovada depois de vários adiamentos.
O embargo ao GNL difere das proibições totais anteriormente impostas ao carvão e ao petróleo transportado por via marítima, que são fontes cruciais de receita para Moscou. As empresas europeias ainda podem comprar gás liquefeito russo, mas estão proibidas de exportá-lo, mesmo para fora do bloco.
De acordo com o site Politico, as novas regras podem ocasionar perdas de centenas de milhões de dólares para a Rússia.
Tentativa de bloqueio também das reexportações russas
Já o Investing ressaltou a participação da Bélgica, que atualmente ocupa a presidência da UE. O país anunciou que as novas sanções visam a reforçar a eficácia das medidas existentes, o que veda potenciais vias de evasão.
As deliberações para essas sanções estenderam-se por mais de um mês. Nesse período, foram debatidas várias propostas. A Alemanha, importadora do GNL, influenciou na diluição de proposta para impedir a Rússia de obter tecnologia de dupla utilização.
Essa tecnologia inclui componentes encontrados em máquinas de lavar roupa que poderiam ser reaproveitados para aplicações militares.
A UE pretendia exigir que as subsidiárias de empresas fora do bloco incluíssem cláusulas contratuais que barrassem a reexportação de seus produtos para a Rússia, para impedir uma dupla utilização.
De acordo com um diplomata da UE, a Alemanha, no entanto, solicitou uma avaliação detalhada dos potenciais impactos dessa medida. E deixou aberta a possibilidade para a inclusão de proibição às reexportações de subsidiárias da UE em futuros pacotes de sanções.
Dessa maneira, especialistas do mercado de gás, de acordo com a Reuters, acreditam que a proibição não deve ter um impacto significativo do ponto de vista econômico.
A UE, afinal, continuará a comprar gás russo, e o volume de transbordos de GNL através dos portos da UE para a Ásia representa apenas cerca de 10% das exportações totais de GNL da Rússia.
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