Em vídeo, refém do Hamas convoca protestos contra Netanyahu

Noa ainda diz que o tempo "está se esgotando" e que "não queremos morrer aqui [em cativeiro]"

O Hamas divulgou nesta sexta-feira (31) um vídeo em que a refém Noa Argamani, de 26 anos, capturada na ofensiva do grupo extremista em Israel, em 7 de outubro, pede que os cidadãos israelenses protestem contra o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu.

Numa mensagem de áudio de 1 minuto e 14 segundos, sem imagens, a refém clama que "milhares de mulheres e homens saiam e bloqueiem as ruas de Tel Aviv, e não retornem para casa até que nós, os reféns, sejamos liberados". Noa ainda diz que o tempo "está se esgotando" e que "não queremos morrer aqui [em cativeiro]".

אות חיים נוסף היום מן החטופה נועה ארגמני, הפעם בקולה בלבד. היא מוחזקת בידי חמאס. במשפחתה סבורים כי האיורים הם פרי יצירתה pic.twitter.com/oOl5Jz25w3

— Jacky Hugi (@JackyHugi) May 31, 2024

No vídeo do ataque do Hamas ao festival de música eletrônica Supernova, próximo a Faixa de Gaza, divulgada em outubro, Argamani pede a integrantes do grupo extremista para não a matarem. Seu namorado, Avinatan Or, também aparece nas filmagens, levado pelos extremistas.

Noa Argamani é vista sendo sequestrada por terroristas do Hamas durante o massacre na rave Supernova no deserto, no sul, em 7 de outubro de 2023 | Captura de tela usada de acordo com a cláusula 27a da lei de direitos autorais

A ONG "Bring Them Home Now (Traga-os para Casa Agora)", criada no dia seguinte ao ataque do Hamas no sul de Israel para tentar resgatar os reféns, solicitou, a pedido da família, que a mensagem não fosse divulgada para "respeitar a privacidade de Noa".

Segundo a organização, são 125 os reféns em cativeiro há 238 dias. "Não é necessário um vídeo de propaganda do Hamas" para lembrar ao governo israelense da "importância de trazer os reféns de volta para casa".

Leia a íntegra da fala de Noa Argamani, compartilhada pelo Hamas no telegram:

"Olá. Estou aprisionada pelas Brigadas Al-Qassam. Estou em cativeiro há mais de 237 dias e não sei até quando. Eu digo ao povo de Israel: vocês se tornaram parceiros do governo de Netanyahu, Gallant e Gantz? Meu destino junto com o de meus colegas será como o destino de Ron Arad? Que milhares de mulheres e homens saiam e bloqueiem as ruas de Tel Aviv e não voltem para casa até nós [reféns] voltarmos para casa! Não coloquem seus destinos nas mãos de Netanyahu e do Gabinete de Guerra! Salvem-nos! O tempo está se esgotando. O povo precisa decidir. Não queremos morrer aqui. O tempo está se esgotando."