A descoberta do novo barco altera essa compreensão das habilidades dos marinheiros da antiguidade
No dia 20 de junho, arqueólogos israelenses anunciaram a descoberta de centenas de ânforas (antigos vasos) intactas que faziam parte da carga do naufrágio mais antigo encontrado no Mar Mediterrâneo. Os vasos, com cerca de 3.300 anos, foram localizados a uma profundidade de 1,8 quilômetro, a 90 quilômetros da costa norte de Israel.
Especialistas da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) sugerem que a descoberta indica que marinheiros desse período conseguiam navegar orientando-se por elementos celestes, como o sol e as estrelas. A IAA também afirma que o barco provavelmente afundou durante uma tempestade ou como resultado de um ataque pirata.
A carga foi encontrada por um veículo subaquático da empresa de petróleo e gás Energean, durante uma pesquisa de rotina para procurar novas fontes de energia. Para preservar os artefatos, ferramentas especialmente projetadas retiraram apenas dois exemplares dos vasos, possivelmente usados pelo povo cananeu, que habitava uma área que se estendia da atual Turquia ao Egito.
Karnit Bahartan e Jacob Sharvit com os jarros antigos | Emil Aladjem/Autoridade de Antiguidades de Israel |
Karnit Bahartan, da Energean, descreveu as ânforas como uma "descoberta realmente sensacional". Ela explicou que apenas outros dois naufrágios com carga do final da Idade do Bronze são conhecidos no Mar Mediterrâneo, ambos encontrados relativamente próximos à costa da Turquia, com equipamento de mergulho convencional.
Até agora, a suposição acadêmica era de que o comércio naquela época ocorria por meio de viagens seguras de porto em porto, mantendo contato visual com a costa. A descoberta do novo barco altera essa compreensão das habilidades dos marinheiros da antiguidade.
Espera-se que as ânforas sejam expostas ainda neste ano no Campus Nacional de Arqueologia de Israel, em Jerusalém.
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