EUA respondem a Israel que retenção de envio de armas não põe apoio em questão

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em uma foto de arquivo | EFE/Maz Slovencik

Netanyahu classificou nesta terça-feira como "inconcebível" que Washington tenha retido, nos últimos meses, o envio de certas armas e munições para Israel


O governo norte-americano afirmou hoje que a retenção de um carregamento de armas para Israel, devido a preocupações com o uso desse tipo de armamento em áreas densamente povoadas, não põe em dúvida o apoio de Washington ao país.

A garantia foi dada pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, numa conferência de imprensa em Washington em que adiantou que, embora o carregamento de armas continue "a ser revisto", não há qualquer alteração ao apoio demonstrado ao governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu.

"O resto continua no bom caminho, com o objetivo de garantir que Israel tem o que precisa para se defender contra a multiplicidade de desafios", disse o chefe da diplomacia norte-americana, ladeado pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, que iniciou segunda-feira uma viagem aos Estados Unidos e ao Canadá.

Críticas de Israel aos EUA por reterem armas

O governo norte-americano suspendeu o envio de 3.500 bombas para Israel no início de maio, preocupado com a sua possível utilização em zonas densamente povoadas na Faixa de Gaza, cenário de um conflito entre Jerusalém e o grupo terrorista palestino Hamas há mais de oito meses. Um dos focos da preocupação dos Estados Unidos é Rafah, a parte mais a sul de Gaza e que faz fronteira com o Egito. Segundo a rede CNN, esse carregamento continha 1.800 bombas de 2.000 libras (907 quilos) e 1.700 bombas de 500 libras (226 quilos).

Hoje, Netanyahu considerou "inconcebível" que Washington tenha retido certos carregamentos de armas e munições para Israel nos últimos meses e manifestou a esperança de que isso mude em breve.

"Blinken me garantiu que o seu governo está trabalhando sem parar para remover estes obstáculos. Espero sinceramente que seja esse o caso. Espero que seja esse o caso e que assim seja", afirmou Netanyahu numa mensagem de vídeo em inglês, em que destacou que, com as ferramentas necessárias, será possível concluir "o trabalho muito mais rápido".

"Desde o primeiro dia, tentamos pressionar Israel para que faça todo o possível para evitar baixas civis. (...) Sem tentar justificar qualquer tipo de ataque aéreo, é extremamente difícil", acrescentou Blinken.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo terrorista palestino em solo israelense, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 37 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.

*Com informações da Agência EFE

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