Trump foi considerado culpado por praticar o mesmo crime 34 vezes
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi condenado, em júri popular em Nova York, por todas as 34 acusações de fraude contábil visando ocultar o pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem teria tido um romance. Os 12 jurados acataram, nesta quinta-feira (30), os argumentos da Promotoria de que Trump teria comprado o silêncio de Daniels, para evitar que o vazamento do escândalo prejudicasse a sua imagem durante a campanha presidencial vitoriosa de 2016.
Na saída do Tribunal, o ex-presidente Donald Trump culpou o governo Biden pela decisão: "Todo o nosso país está sendo fraudado neste momento", disse Trump aos repórteres. "Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou ferir um oponente, um oponente político". Por enquanto, a equipe jurídica de Trump descartou uma declaração forma sobre o veredicto.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, classificou o sentença de culpa contra o ex-presidente Donald Trump como "um dia vergonhoso na história americana".
Johnson também acusou o sistema de justiça de ser usado como arma e descreveu o julgamento como "um exercício puramente político, não legal".
Condenação foi unânime
Foram dois dias de deliberações dos jurados, que deveriam tomar uma decisão unânime para que houvesse a condenação. Em caso de divergência, o julgamento seria considerado nulo e voltaria à fase inicial.
A emissão da sentença pelo o juiz à frente do caso, Juan Merchan, pode levar meses. Ele pode definir a prisão ou permitir o cumprimento em liberdade condicional, com apresentação regular ao Departamento de Liberdade Condicional da cidade de Nova York. Outra possibilidade é ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Se ele decidir pela prisão, Trump será o primeiro candidato a fazer campanha da cadeia. A penas máxima prevista é de 4 anos, mas analistas acham mais provável as punições alternativas, incluindo multas.
O juiz foi chamado de "corrupto" e "tirano" por Trump publicamente, o que rendeu uma ordem de silêncio ao republicano. A ordem, no entanto, foi violada 10 vezes. Trump foi multado em US$ 10 mil por desacato, e na última violação, Merchan chegou a ameaçá-lo com prisão.
Caso seja eleito, a mídia americana levantou a hipótese de Trump dar um perdão presidencial para si mesmo. Mas, como a condenação aconteceu na Justiça de Nova York, caberia ao governador do estado dar um perdão.
A condenação não impedirá sua candidatura ou eleição porque a constituição americana faz apenas três requisitos para candidatos presidenciais, que devem:
- Ser um cidadão nato.
- Ter pelo menos 35 anos.
- Ser residente nos EUA há pelo menos 14 anos.
Entenda as acusações contra Trump
Trump é acusado de falsificar registros comerciais de acordo com o Artigo 175 da Lei Penal de Nova York. As 34 acusações são referentes a falsificações de registros comerciais ligados à Trump Organization, feitas entre fevereiro e dezembro de 2017.
Os registros comerciais falsos foram feitos a intenção de esconder o pagamento de US$ 130 mil (R$660 mil) à atriz de filmes pornô Storny Daniels para encobrir um suposto caso em 2006. Trump foi considerado culpado por praticar o mesmo crime 34 vezes.
De acordo com a acusação, em 2016, no fim da campanha eleitoral, Michael Cohen, um advogado ligado ao ex-presidente, fez um acordo com a atriz pornô Stormy Daniels Pelos termos do negócio, ela recebeu US$ 130 mil e se comprometeu a não tornar a história dela com Trump pública.
Quando Trump já era presidente, em 2017, ele reembolsou Cohen. Só que nos registros contábeis das empresas de Trump, os US$ 130 mil foram classificados como despesas advocatícias. No entanto, as despesas nunca existiram. "Trump estava pagando serviços fictícios em 2017 para cobrir crimes reais no ano anterior", segundo o promotor Bragg.
As 34 acusações foram divididas em três instâncias:
- 11 acusações relacionadas a faturas falsas para honorários advocatícios de Cohen.
- 11 acusações relacionadas aos cheques que foram emitidos por Trump ou usando seus fundos para reembolsar o Cohen.
- 12 acusações relacionas aos registros contábeis feitos para os reembolsos nos livros de Trump.
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