Moscou tem citado com bastante ênfase nos últimos meses o seu poderoso arsenal nuclear
A Rússia iniciou nesta terça-feira (21) exercícios militares com armas nucleares táticas perto da fronteira com a Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo declarou que as manobras incluem "exercícios práticos para a preparação e uso de armas nucleares não estratégicas", sem revelar o local exato dos exercícios no Distrito Militar do Sul.
O exercício vem em resposta às "ameaças" ocidentais, conforme descrito pelo ditador Vladimir Putin, e envolve o uso dos avançados mísseis balísticos hipersônicos Iskander e Kinzhal. Segundo o ministério da Defesa, o objetivo é "garantir a prontidão das unidades e equipamentos" para "o uso em combate de armas nucleares não estratégicas para responder e garantir incondicionalmente a integridade territorial e a soberania do Estado russo".
Moscou tem citado com bastante ênfase nos últimos meses o seu poderoso arsenal nuclear e a disposição para utilizá-lo diante do que classifica como "ameaças existenciais".
Segundo informações de agências internacionais, os exercícios são vistos por especialistas como um sinal de "advertência" do regime de Putin para dissuadir a eventual intervenção ocidental no conflito ucraniano. A região do Distrito Militar do Sul é estratégica, abrangendo áreas que a Rússia afirma ter anexado, incluindo a Crimeia, Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia.
Nesta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu aos seus parceiros do Ocidente, durante entrevista coletiva com sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que considerem a possibilidade de ajudar militarmente Kiev, interceptando a partir de territórios de membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) os mísseis que a Rússia dirige contra o território ucraniano.
"Não há nenhum argumento legal, de segurança ou moral que impeça os nossos parceiros de abater mísseis russos sobre o território da Ucrânia a partir de seu território", declarou Kuleba, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
0 Comentários