A cooperação se estenderá ao desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias, incluindo todas as informações obtidas pelo satélite
O governo brasileiro está tentando pôr em prática um projeto milionário de cooperação com a China, voltado para o monitoramento e combate dos efeitos das mudanças climáticas através de satélites chineses em território brasileiro. A procura por aceleração desse plano China-Brasil foi divulgada neste domingo (26), pelo jornalista Claudio Humberto.
O plano envolve a instalação de uma rede de sensores e satélites, com o objetivo de aprimorar a capacidade do Brasil em rastrear desmatamentos, queimadas e outros impactos ambientais.
A parceria, oficializada durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China em abril de 2023, reforça os laços bilaterais entre os dois países. No encontro, Lula e o líder chinês Xi Jinping discutiram a ampliação da cooperação em diversas áreas, incluindo o meio ambiente. Um dos principais objetivos é a utilização conjunta do satélite CBERS-6, que permitirá um monitoramento aprimorado da cobertura florestal e outras áreas ambientais sensíveis.
Anúncio da parceria China-Brasil
A Xinhua, agência oficial do PCCh, emitiu uma nota em abril de 2023 sobre a reunião entre Xi Jinping e Lula, destacando a importância da cooperação bilateral em questões climáticas e tecnológicas. Durante o encontro, foi anunciado a criação do satélite CBERS 6, um projeto conjunto que permitirá o monitoramento aprimorado da cobertura florestal.
O CBERS 6 é parte de uma série de satélites desenvolvidos em colaboração entre Brasil e China, e é focado em fornecer dados cruciais para a gestão ambiental e a conservação de florestas. Este satélite, de acordo com a mídia estatal, contribuirá para os esforços de ambos os países em combater o desmatamento ilegal e promover a regeneração e o manejo sustentável das florestas.
Além disso, os líderes concordaram em promover o intercâmbio de conhecimentos e melhores práticas para a conservação e manejo sustentável de florestas. A cooperação se estenderá ao desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias, incluindo todas as informações obtidas pelo satélite.
O acordo foi assinado pela ministra Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia, e pelo chanceler Mauro Vieira, e custará cerca de US$ 51 milhões.
Preocupações com a segurança nacional
Contudo, a presença de tecnologia chinesa em infraestruturas brasileiras levanta preocupações. A Huawei, gigante chinesa das telecomunicações, e o TikTok têm sido acusados de espionagem por diversos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos. Essas alegações têm levado a restrições ao uso dos aplicativos e seus equipamentos em infraestruturas críticas, como redes 5G, devido ao temor de que possam ser utilizados para coletar informações sensíveis para o Partido Comunista Chinês (PCCh).
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