Novo presidente de Taiwan toma posse e diz que quer levar relações com os EUA para 'próximo nível'

William Lai Ching-te durante a posse presidencial em Taiwan nesta segunda-feira (20) | Foto: EFE/EPA/RITCHIE B. TONGO

O novo líder de Taiwan é considerado pelo regime comunista da China como um "separatista"


William Lai Ching-te tomou posse como novo presidente de Taiwan nesta segunda-feira (20) após ter sido o grande vencedor das eleições presidenciais de janeiro.

O novo presidente substituiu Tsai Ing-wen (2016-2024), de quem foi vice-presidente durante os últimos quatro anos. Ambos integram o Partido Democrático Progressista. Com a posse, Lai Ching-te tornou-se nesta segunda-feira o quinto presidente da história democrática de Taiwan.

Durante a posse, Lai Ching-te expressou seu desejo pela paz na região e de levar a "sólida" parceria entre Taiwan e Estados Unidos para o "próximo nível", país ao qual agradeceu pelo apoio "independentemente do governo ou do setor privado".

O novo líder de Taiwan é considerado pelo regime comunista da China como um "separatista". A ditadura de Pequim não vê com bons olhos a aproximação da ilha com os EUA. O ditador Xi Jinping considera que Taiwan faz parte de seu território e deve ser anexada.

A posse de Lai Ching-te contou com a presença de uma delegação americana, que incluiu Laura Rosenberger, presidente do American Institute on Taiwan (AIT, a embaixada de fato dos EUA no território) e Richard Bush, analista do think tank Brookings, que anteriormente foi presidente do AIT.

"No futuro, espero que o Executivo e o Congresso dos EUA continuem a apoiar a cooperação bilateral em vários campos, como segurança, economia, comércio e ciência e tecnologia, para que a sólida parceria entre Taiwan e EUA possa ser levada ao próximo nível", declarou Lai durante uma reunião com ex-funcionários americanos.

Lai Ching-te reconheceu que a questão de Taiwan é um assunto de "preocupação para todos" e usará a "diplomacia baseada em valores" para aprofundar os laços do território com outros países e ajudar a manter a paz e a estabilidade regionais.

Brian Deese, ex-diretor do Conselho Econômico da Casa Branca no governo do atual presidente Joe Biden, disse que a atual parceria entre Taiwan e EUA "é a melhor da história".

"Os EUA sempre mantiveram uma posição consistente e sempre apoiaram e aprofundaram a parceria com Taiwan [...]. O compromisso dos EUA com Taiwan é forte, bipartidário e baseado em princípios, e não mudará", afirmou Deese.

O ex-subsecretário de Estado dos EUA Richard Armitage declarou que Washington "continuará a honrar seus compromissos de longa data" com Taipei, ao mesmo tempo em que elogiou os "esforços ativos" de Taiwan para promover reformas militares nos últimos anos.

Mais cedo, Lai Ching-te se reuniu com Yasuaki Tanizaki, presidente da Associação de Intercâmbio Japão-Taiwan (embaixada de fato de Tóquio em Taiwan), com quem reafirmou o interesse do novo governo em participar de mais organizações internacionais e aderir a mecanismos regionais, como o Acordo Abrangente e Progressivo para a Cooperação Econômica Transpacífica (CPTPP).

Lai Ching-te também se reuniu com a esposa do falecido ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, Akie Abe, a quem ele agradeceu por suas "contribuições" para o aprofundamento das relações entre Taiwan e Japão.

Internamente, Lai também enfrenta grandes desafios, como os altos custos de moradia e os baixos salários, com os quais terá de lidar em um Parlamento com maioria oposicionista. 

*Com informações da Agência EFE

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