"Israel não ficará em silêncio. Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos"
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou nesta quarta-feira (22) a retirada de seus embaixadores na Irlanda e na Noruega para consultas, como reação ao reconhecimento dos dois países de um Estado palestino. A Espanha também confirmou o reconhecimento pelo seu conselho de ministros.
O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, e o presidente espanhol, Pedro Sanchez, afirmaram que seus países oficializariam o reconhecimento em 28 de maio, em um movimento integrado ainda pela Irlanda, cujo líder, Simon Harris, disse que espera uma "onda" de apoio nesse sentido nas próximas semanas.
Para o chanceler israelense, Israel Katz, a decisão tomada pelos países europeus afeta o direito de Israel de se defender contra o Hamas, que realizou um massacre no território israelense e fez mais de 250 civis de reféns em Gaza.
"Israel não ficará em silêncio. Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos, a remoção do Hamas e o regresso dos reféns", afirmou o ministro, que classificou a decisão como uma "vitória para o terrorismo".
Ao todo, 146 dos 193 estados-membro das Nações Unidas passaram a reconhecer um Estado palestino.
Hamas e AP comemoram
Logo após o anúncio dos três países, nesta quarta-feira, lideranças do Hamas e da Autoridade Palestina (AP) se manifestaram, elogiando a decisão e agradecendo o apoio.
Um membro sênior do gabinete político do Hamas, Bassem Naim, relacionou a decisão dos países europeus à "corajosa resistência" do povo palestino por estimular esse reconhecimento.
"Esses reconhecimentos sucessivos são o resultado direto desta corajosa resistência e da lendária firmeza do povo palestina. Acreditamos que este será um ponto de viragem na posição internacional sobre a questão palestina", disse à agência AFP.
O presidente da AP, Mahmoud Abbas, também elogiou a decisão dos países pelo reconhecimento e apelou a outros países europeus para "seguirem o exemplo, a fim de alcançar uma solução de dois Estados baseada nas resoluções internacionais e nas fronteiras de 1967".
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