O chanceler brasileiro Mauro Vieira disse nesta segunda-feira (15) que a nota foi escrita no começo dos ataques no sábado
O Itamaraty voltou a causar descontentamento ao governo israelense ao evitar condenar os ataques do Irã. Para Israel, a nota divulgada pela pasta foi insuficiente para a dimensão dos ataques cometidos pelos iranianos. Especialistas avaliam que a declaração volta a mostrar um afastamento do Brasil em relação a países do Ocidente, além de aumentar o ruído diplomático com Israel, diante dos atritos dos últimos meses.
Na nota em questão, o Itamaraty diz apenas que "acompanha com grave preocupação" os ataques feitos pelo Irã contra Israel. No último sábado, o Irã fez um ataque com cerca de 300 drones e mísseis contra Israel, mas o sistema de defesa aéreo israelense interceptou 99% dos projéteis. Foi o primeiro ataque dessa natureza do Irã contra Israel, conforme afirmou o embaixador do país no Brasil, Daniel Zonshine.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Zonshine lamentou a ausência de uma condenação por parte do Brasil aos ataques sofridos pelo país. "O Brasil não condenou [os ataques do Irã contra Israel], não sei se quiseram esperar o que poderia acontecer... Mas, desde o início, após as primeiras informações sobre o ataque do Irã contra Israel, a expectativa era de que o anúncio do Itamaraty fosse de condenação", lamentou Zonshine.
O chanceler brasileiro Mauro Vieira disse nesta segunda-feira (15) que a nota foi escrita no começo dos ataques no sábado, quando o Itamaraty ainda não sabia a real extensão dos ataques. Mas, ao ser questionado se acrescentaria algum posicionamento agora que sabe da magnitude do bombardeio, ele afirmou que o Brasil condena qualquer ato de violência.
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