Parlamento da China expulsa 4 membros, entre eles criador de vacina contra a Covid-19

A Assembleia Popular Nacional, parlamento de fachada da ditadura chinesa | Foto: EFE/EPA/WU HAO

Além de setores como a saúde, a atual campanha de Xi visa áreas tão diferentes como finanças, esportes e tabaco


A Assembleia Popular Nacional (APN) da China anunciou a expulsão de quatro dos seus membros por suspeitas de violação da lei e da disciplina, entre eles o cientista Yang Xiaoming, criador da primeira vacina contra a Covid-19 aprovada no país asiático.

O Comitê Permanente da ANP adotou na última sexta-feira (26) a decisão, que, além de Yang, também afeta Han Shuwang, ex-presidente do conglomerado de investimentos aeroespaciais chinês; Xu Nuojin, ex-presidente do banco Zhingyuan; e Gu Zhengju, antigo líder do Partido Comunista em Nanchong, na província de Sichuan (centro), segundo informaram nesta segunda-feira (29) os meios de comunicação locais.

Yang, que também está sob investigação do órgão anticorrupção do Partido Comunista, conduziu a pesquisa que culminou na aprovação da vacina Sinopharm – uma das mais utilizadas na China e exportada para mais de cem países, inclusive o Brasil.

A queda em desgraça do conhecido pesquisador põe em evidência a suposta campanha anticorrupção das autoridades chinesas, que nos últimos tempos se estendeu ao setor da saúde, que inclui hospitais, companhias de seguros e empresas farmacêuticas, com inúmeras detenções de diretores de centros sanitários nos últimos meses, como lembrou o jornal South China Morning Post.

O ex-vice-diretor da Sinopharm, Zhou Bin, também está sob investigação desde janeiro.

Depois de chegar ao poder em 2012, o atual secretário-geral do Partido Comunista e ditador do país, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual vários funcionários de alto escalão foram condenados por supostamente terem aceitado subornos de milhões de dólares.

O Partido Comunista da China (PCCh) puniu 610 mil funcionários em 2023, um número recorde dentro da campanha iniciada por Xi, que consolidou o seu poder à frente do país durante o Congresso que a legenda realizou em 2022.

Além de setores como a saúde, a atual campanha de Xi visa áreas tão diferentes como finanças, esportes e tabaco, entre suspeitas de vários especialistas de que as acusações são parte de uma estratégia para derrubar críticos e rivais.

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