Os Estados Unidos e aliados estão "preocupados" com a possibilidade de o TPI emitir mandados de prisão contra autoridades israelenses
O governo de Israel está preocupado com a possibilidade de que o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, na Holanda, emita mandados de prisão "secretos" contra funcionários do governo israelense devido à ofensiva na Faixa de Gaza contra o grupo terrorista Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas, mais de 34 mil pessoas teriam morrido na ofensiva de Israel, iniciada após os atentados do grupo palestino em território israelense em outubro do ano passado.
Israel contesta esses números e alega que toma medidas para minimizar baixas civis, como emitir avisos para evacuação antes de bombardeios.
Uma fonte da equipe do governo de Israel que trabalha para evitar mandados de prisão do TPI contra autoridades israelenses disse ao site de notícias local Ynet sobre a "preocupação" de que Haia emita secretamente as ordens de detenção, com os funcionários visados só sabendo que são procurados quando viajassem para a Europa.
Segundo o Ynet, essa fonte alegou que a conduta do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, que na sexta-feira (26) disse que Israel "nunca aceitará" qualquer ordem de prisão do TPI contra funcionários israelenses devido à ofensiva, e de seus aliados gera dificuldades, ao "antagonizar" com o procurador-chefe do tribunal, Karim Khan.
"O pessoal do Netanyahu está se comportando como um elefante numa loja de cristais", disse a fonte. "A questão é quanta proteção diplomática Antony Blinken [secretário de Estado americano] dará quando chegar na terça-feira a Israel."
Nesta segunda-feira (29), também citando fontes não identificadas, a Bloomberg informou que os Estados Unidos e aliados estão "preocupados" com a possibilidade de o TPI emitir mandados de prisão contra autoridades israelenses, o que colocaria em risco um possível acordo de cessar-fogo com o Hamas.
Um porta-voz do governo americano disse que o TPI não tem jurisdição sobre o caso, porque Israel não ratificou o Estatuto de Roma, que criou a corte.
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