A investigação interna em curso procura analisar a resposta das tropas também no período anterior e posterior ao ataque
O chefe da Direção de Inteligência Militar de Israel, Aharon Haliva, pediu nesta segunda-feira (22) sua renúncia do cargo, por considerar-se responsável pela inação militar que não impediu o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual morreram 1,2 mil pessoas em território israelense.
"Em uma decisão com o chefe do Estado-Maior e com a aprovação do ministro da Defesa, foi decidido que o general Aharon Haliva deixará seu cargo e se aposentará das Forças de Defesa de Israel [IDF], assim que seu sucessor for nomeado", anunciou hoje um comunicado militar.
"O Hamas realizou um ataque surpresa assassino contra o Estado de Israel, cujas consequências são difíceis e dolorosas. A divisão de inteligência sob o meu comando não esteve à altura da tarefa que nos foi confiada. Carrego esse dia negro comigo desde então, dia após dia, noite após noite, carregarei a dor comigo para sempre", disse Haliva nesta segunda em hebraico em sua carta de demissão.
Haliva torna-se assim o primeiro funcionário de alto escalão a demitir-se devido às falhas em torno do ataque do grupo terrorista Hamas, após o qual o Exército lançou uma investigação interna no final de fevereiro, cujas conclusões deverão ser apresentadas ao chefe do Estado-Maior, o tenente-general Herzi Halevi, no início de junho.
Já em outubro, Haliva, com 38 anos de serviço nas IDF, assumiu parte da culpa pela lentidão da resposta contra milhares de milicianos do Hamas, que nesse dia assumiram o controle de mais de uma dezena de comunidades israelenses e chegaram a se mobilizar armados em 3% do território do país.
A investigação interna em curso procura analisar a resposta das tropas também no período anterior e posterior ao ataque, bem como o seu posicionamento no terreno e os procedimentos operacionais utilizados para derrotar os milicianos.
De acordo com uma pesquisa publicada nesta segunda e realizada entre 14 e 17 de abril pelo Instituto da Democracia de Israel, 62% da população israelense – tanto judeus quanto árabes – acredita que é hora de demitir os responsáveis pelas falhas do 7 de outubro, mais de seis meses após o massacre.
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