"Vamos fazer algo que ninguém foi capaz de fazer", disse Trump
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que os resultados obtidos nas primárias do Partido Republicano realizadas nesta terça-feira (5) em 15 dos 50 estados do país "são conclusivos" e simbolizam que ele deve ser escolhido como candidato da legenda para as eleições presidenciais de novembro.
"Eles a chamam de 'Super Terça' por uma razão, e foi grande. Nunca houve um resultado mais conclusivo. Foram um dia e uma noite incríveis", disse Trump em um evento público em Palm Beach, na Flórida, em sua famosa mansão no clube de golfe Mar-a-Lago.
Dos 15 estados que realizaram primárias neste dia, Trump só não venceu em Vermont, o menos populoso deles, e no qual sua única adversária, Nikki Haley, ganhou. Além disso, ele levou a melhor no Texas e na Califórnia, os estados com maior número de delegados.
Em seu discurso de comemoração, que foi mais breve do que o habitual, o republicano deu o pontapé inicial falando sobre uma das questões mais recorrentes em suas falas, a imigração, que foi apontada recentemente em uma pesquisa da Fox News como um problema emergencial do país.
"Querem fronteiras abertas, e as fronteiras abertas vão destruir nosso país. Precisamos de fronteiras e precisamos de eleições livres e justas", disse o político de 77 anos.
Ele também fez duras críticas a seu esperado rival em 5 de novembro, alegando que, graças ao presidente democrata, os Estados Unidos levaram "uma grande surra nos últimos três anos".
"Nosso país tem estado triste", disse Trump, classificando as vitórias que recebeu nesta Super Terça como "inspiradoras". "Vamos fazer algo que ninguém foi capaz de fazer", acrescentou.
Trump também fez referência à sua própria situação legal e novamente se apresentou como vítima de uma "caça às bruxas" por parte do governo Biden. "Temos um país onde um político usa armas contra seu oponente político, isso nunca aconteceu aqui. Acontece em outros países, mas eles estão no terceiro mundo", declarou o ex-presidente, alvo de quatro processos criminais e acusado de crimes como suborno, posse ilegal de documentos confidenciais e interferência eleitoral.
Para Biden, Trump quer "destruir a democracia"
O atual mandatário americano, Joe Biden, também se manifestou após os resultados das primárias por meio de um comunicado. No texto, ele acusa o ex-presidente Donald Trump, que desponta como candidato presidencial pelo Partido Republicano após os bons resultados nas primárias realizadas na chamada Super Terça, de estar "determinado a destruir" a democracia do país.
"Os resultados desta noite deixam o povo americano com uma escolha clara: seguiremos em frente ou permitiremos que Donald Trump nos arraste de volta ao caos, à divisão e à escuridão que definiram seu mandato?", afirmou o político do Partido Democrata.
Biden argumentou que, há quatro anos, concorreu contra Trump para combater "a ameaça existencial" que o republicano representava para os Estados Unidos e afirmou que, sob seu mandato, o emprego e os salários cresceram, algo que, em sua opinião, agora está "em risco".
"Ele (Trump) está determinado a destruir nossa democracia, arrancar direitos fundamentais, como a capacidade das mulheres de decidir sobre sua saúde e aprovar bilhões de dólares em cortes de impostos para os ricos", afirmou.
Biden também disse que as milhões de pessoas que votaram nele nas primárias democratas "fizeram suas vozes serem ouvidas, mostrando que estão prontas para lutar contra a agenda extremista de Donald Trump".
O presidente dos EUA, Joe Biden, venceu nos 15 estados, mas viu parte de seu público abandoná-lo para votar "sem compromisso" nas urnas | EFE/EPA/YURI GRIPAS / POOL |
"A todos os democratas, republicanos e independentes que acreditam em uma América livre e justa: este é o nosso momento. Esta é a nossa luta. Juntos venceremos", disse, para fechar o comunicado.
Biden já perdeu sete delegados em jogo nas eleições internas da legenda por uma votação de protesto pelo posicionamento do mandatário sobre o conflito no Oriente Médio. Os delegados decidiram pela opção "descompromissados".
De acordo com a emissora americana CBS, o descontentamento com a gestão do democrata na Casa Branca tem se espalhado para outros estados, com o auxílio do movimento "Listen to Michigan", que liderou a campanha pelo voto "descompromissado" nas primárias da legenda no Michigan, onde há uma das maiores populações árabes-americanas do país.
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