Trump ainda não se pronunciou sobre a declaração do premiê húngaro
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse que o provável candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump (2017-2021), vai acabar com a guerra na Ucrânia ao cortar definitivamente a ajuda a Kiev caso seja eleito em novembro.
"Ele [Trump] tem uma visão muito clara. Ele diz o seguinte: primeiro, não dará um único centavo para a guerra russo-ucraniana. É por isso que a guerra vai acabar, porque é óbvio que a Ucrânia não consegue se manter sozinha", disse Orbán, em entrevista à emissora húngara M1 transmitida no domingo (10).
"Se os americanos não derem dinheiro e armas, juntamente com os europeus, a guerra vai terminar. E se os americanos não derem dinheiro, os europeus não conseguirão financiar esta guerra sozinhos. E então a guerra vai terminar", disse Orbán. Trump ainda não se pronunciou sobre a declaração do premiê húngaro.
Aliado do presidente russo, Vladimir Putin, Orbán é o maior crítico da ajuda militar e financeira à Ucrânia dentro da OTAN, a aliança militar do Ocidente.
Ele se recusou a permitir o envio de armas para a Ucrânia através do território húngaro, se opôs às sanções da União Europeia ao petróleo e gás russos e resistiu durante meses à aprovação de um pacote de ajuda do bloco de 50 bilhões de euros para Kiev e à adesão da Suécia à OTAN, vetos que finalmente derrubou recentemente.
Nos Estados Unidos, a oposição republicana tem se oposto a pedidos do presidente Joe Biden para aprovar mais ajuda militar, humanitária e financeira à Ucrânia.
Em julho do ano passado, quando o governo americano anunciou o envio de bombas de fragmentação para a Ucrânia, Trump afirmou que "temos de acabar com esta loucura, pôr fim imediato ao derramamento de sangue na Ucrânia e voltar a nos concentrar nos interesses vitais dos Estados Unidos", sugerindo o corte da ajuda a Kiev.
Entretanto, Trump, que na sexta-feira (8) se encontrou com Orbán na Flórida, sinalizou uma mudança de posição em um discurso na Carolina do Sul em fevereiro.
Ao criticar o plano dos democratas de "dar mais US$ 60 bilhões" para a Ucrânia, ele disse: "Façam assim. Emprestem o dinheiro. Se eles [ucranianos] conseguirem, eles nos pagam de volta. Se eles não conseguirem, não terão que nos pagar de volta".
Segundo reportagem do último fim de semana da NBC News, os republicanos na Câmara dos Estados Unidos pretendem justamente apresentar um projeto para que os repasses futuros à Ucrânia sejam feitos como um empréstimo.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, os Estados Unidos enviaram cerca de US$ 75 bilhões para a Ucrânia, entre apoio humanitário, financeiro e militar.
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